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Editorial            .03



                            Mensagem do Chefe do Estado-Maior do Exército no âmbito
                                         das comemorações do Dia do Exército


          Militares e Funcionários Civis do Exército,
          Celebra-se hoje, 24 de outubro, o dia festivo do Exército Português. Em contexto singular, com sobrie-
       dade e maioritariamente por via telemática, dadas as medidas de prevenção e combate à pandemia que tem
       assolado o mundo.
          Enquanto instituição multisecular que se identifica com a própria história do país, importa lembrar e
       homenagear todos os que nos antecederam, em particular os antigos combatentes.
          Dirigimos, também, palavras de apreço e de estímulo aos que atualmente servem na nossa instituição.
       Registamos o profissionalismo, o espírito de serviço, o saber, e até a abnegação, que têm sabido colocar no
       desempenho das respetivas tarefas, todas importantes para a missão do Exército.
          Há sensivelmente dois anos identificámos cinco desafios, a enfrentar por todos nós. Desafios que molda-
       ram a diretiva estratégica do Exército 2019-2021, e que, inegavelmente, têm vindo a ser superados.
          Primeiro desafio: “reunir e motivar”. Estreitámos as relações de comando, reforçámos o espírito de cor-
       po, pugnámos por melhores meios e condições de trabalho, e incrementámos a autoestima e orgulho na nossa condição militar.
          Segundo desafio: “atrair e reter”. Intensificámos os mecanismos de recrutamento e seleção, bem como de retenção e valorização dos efe-
       tivos existentes. Persistimos ativamente empenhados no aprofundamento da nossa consolidada proposta de compatibilização dos regimes de
       contrato, de contrato especial e de um almejado quadro permanente da categoria de praças.
          Terceiro desafio: “racionalizar e cooperar”. As missões do Exército falam por si. Não só no exterior, com desempenhos reiterada e reconhe-
       cidamente admiráveis em sete países, por quatro continentes, com realce para os árduos teatros de operações do Afeganistão e da República
       Centro-Africana.
          Mas a postura e a atuação do Exército no corrente ano foram particularmente notórias no nosso território. Obviamente na prevenção e res-
       posta à covid-19, onde a par da cuidada previsão, ajustado planeamento e rigoroso seguimento das ações, fomos progressivamente garantindo
       apoios de âmbito médico-sanitário; de montagem de tendas; de disponibilização de camas; de produção e distribuição de medicamentos; de
       realização de testes de confirmação da infeção; de sensibilização e descontaminação de lares de idosos, escolas e prisões; de georreferenciação
       e gestão integrada de estabelecimentos de saúde; de projetos de investigação e desenvolvimento de equipamentos de proteção hospitalar; de
       apoio psicológico de pessoas afetadas; e de distribuição de refeições a  pessoas carenciadas e desprotegidas. Desde 17 de junho de 2020, exclu-
       sivamente com recursos do Exército, temos ininterruptamente vindo a garantir internamento a infetados ligeiros pelo novo coronavírus, no
       designado centro de apoio militar covid-19.
          Quarto desafio: “aferir e controlar”. Apostámos na disseminação de boas práticas, no contínuo aperfeiçoamento, na aceitação da mudança
       positiva, na segurança em sentido lato, e na erradicação de todo e qualquer procedimento anacrónico, desajustado ou incompreensível.
          Quinto desafio: “comunicar e relacionar”. Multiplicámos as plataformas de comunicação, focámo-nos nos segmentos-alvo, informámos em
       tempo, diversificámos as mensagens, e interagimos com os principais parceiros e os diversos meios de informação.
          Militares e Funcionários Civis do Exército,
          “cumprir melhor” era o lema do Exército para 2020.
          As circunstâncias ditaram que o lema passasse a ser “adaptar para cumprir melhor”.
          Este lema impõe, a todos os servidores do Exército, esforço conjugado, resiliência, rigor, altruísmo e espírito de bem-servir.
          À luz da visão institucional, haverá que atuar mais insistentemente nos domínios:
          Da atratividade, para captar e normalizar os recursos humanos necessários ao Exército;
          Da credibilidade, na geração e afirmação da força militar terrestre;
          Da modernidade, com aposta na qualidade e na incorporação de renovados sistemas e procedimentos;
          Da elevada prontidão, para emprego no tempo, no lugar e no modo requeridos;
          Da competência, procurando continuadamente servir melhor.
          Como Comandante do Exército, reconheço a lealdade, a disciplina, a dedicação, o profissionalismo e a competência que todos, e cada um,
       têm colocado, e continuarão a colocar, no cumprimento das respetivas tarefas.
          Com acrescida confiança no poder de superação que nos caracteriza, saberemos corresponder em todas as circunstâncias, sobretudo nas
       mais exigentes, prestigiando sempre o Exército, em nome de Portugal!”
                                                   O Chefe do Estado-Maior do Exército
                                                      General José Nunes da Fonseca
                                                                                                             JE  703 – OUT20
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