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50. Peças Icónicas da Nossa História Militar
Morteiro de Bronze do Reinado de D. Pedro II
Museu Militar da Madeira
Fonte: Museu Militar de Madeira
Fotografia: Carlos Pinto
ste tipo de morteiro, introduzido em conhecida por Guerra da Sucessão de Espanha. Embora
Portugal a partir do final do século se encontre exposto no Museu Militar da Madeira in-
XVII, destinava-se à guerra de sítio, tegra o acervo do seu congénere de Lisboa, onde, aliás,
com o propósito de bater zonas desen- estão também expostos outros três exemplares idênti-
E fiadas ou entrincheiradas, provocando cos. Assente num grosso reparo de madeira apresenta,
baixas e incêndios em locais impossíveis de atingir todavia, na sua ornamentação alguns finos detalhes
com as vulgares peças de artilharia. dignos de realce, como era uso nas bocas de fogo da
Para o efeito era colocado num grosso reparo fixo, época.
fortemente ancorado, e a pontaria era efetuada por Na bolada tem duas asas em golfinho e no reforço
intermédio de um quadrante colocado à boca. Utili- as armas reais nacionais. A culatra, também é orna-
zava diversos tipos de munições, como por exemplo: mentada, tendo um escudete, com forma elíptica, onde
as bombas (balas de ferro ocas, carregadas de pólvora se lê “D. PEDRO II REI DE PORTVGAL, 1704” e o peso
e munidas de uma espoleta que regulava o tempo de “22 * 3 * 0 *”, isto é 22 quintais, 3 arrobas e 0 arráteis,
rebentamento), as balas incendiárias e de iluminação. ou seja 1236,608 quilogramas. Por baixo no ouvido tem
Este exemplar foi fundido, em 1704, por Luís Gomes uma carranca muito trabalhada. A câmara é esférica.
de Oliveira, durante o reinado de D. Pedro II, no mes- No topo da culatra estão os munhões. Tem um compri-
mo ano em que Filipe V de Espanha declarou guerra a mento total de 106 centímetros e o seu calibre é 34,2
Portugal e o nosso País se envolveu naquela que ficou centímetros.
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