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          “

                                                                                                       UNIDADES






               A participação em programas de                               estudantes ao ensino secundário e a crescente
            intercâmbio internacional é essencial                           mobilidade dos cidadãos no espaço europeu
                                                                            (decorrente das políticas da UE) tiveram ele-
            nas instituições de ensino superior                             vado impacto na organização do ES. A Co-

            militar, permitindo a partilha de                               missão Europeia tem tido papel determinante
                                                                            na harmonização do sistema de ES na Europa,
            conhecimento com instituições                                   com sucessivas iniciativas políticas, tais como

            congéneres, respeitando as suas                                 a Declaração de Sorbonne (1998), a Declara-
                                                                            ção de Bolonha (1999) e a Estratégia de Lisboa
            identidades próprias, e possibilitando                          (2000).
            o reconhecimento da qualidade                                   A Internacionalização nas

            individual e institucional.”                                    Instituições de Ensino Superior
                                                                            Militar
            conhecer as iniciativas de cariz internacional                     A participação em programas de inter-
            em que a AM participa, se insere, e organiza                    câmbio internacional é essencial nas Insti-
            ou coordena.                                                    tuições de Ensino Superior Militar (IESM),
                                                                            permitindo a partilha de conhecimento com
            A Internacionalização do Ensino                                 instituições congéneres, respeitando as suas
            Superior                                                        identidades próprias, e possibilitando o reco-
               A Resolução do Conselho de Ministros n.º                     nhecimento da qualidade individual e insti-
            78/2016, de 30 de novembro, define interna-                     tucional. Até 2008, a maioria dos referidos
            cionalização do Ensino Superior (ES) como                       intercâmbios limitava-se a visitas de cortesia
            “mobilidade internacional de estudantes,                        de comandantes, docentes ou alunos, num
            docentes e investigadores”. Os intercâmbios de                  contexto de interações de âmbito maiorita-
            jovens Oficiais em formação básica e de todo                    riamente cultural, não envolvendo uma troca
            o staff, constituem-se como uma mais-valia                      objetiva, planeada e consciente de conheci-
            nas relações bilaterais entre estados-membros                   mento ou competências (Oliveira, 2020). No
            europeus, normalmente associados a interesses                   caso de intercâmbios académicos entre IESM,
            estratégicos. Contudo, a definição acima não é                  a formação restringia-se à componente técni-
            o único elemento constituinte do conceito de                    ca/científica, devido às diferenças existentes na
            internacionalização do ES. A necessidade de                     cultura de instrução militar entre os estados-
            partilha de conhecimento impulsionou o de-                      -membros, e à falta de medidas de harmoniza-
            senvolvimento de ferramentas que sustentas-                     ção europeias, como o Processo de Bolonha. A
            sem a internacionalização, definindo-as como                    formação externa realizava-se, principalmente,
            programas ou iniciativas de cariz académico,                    como complemento e não como alternativa à
            político ou financeiro, auxiliando na promo-                    formação nacional (Hermenegildo, 2019).
            ção da internacionalização do ensino superior
            militar (Oliveira, 2019).                                       Programa European Initiative for the exchange
               Nos últimos 30 anos, no âmbito do progra-                    of Military Young Officers inspired by Erasmus
            ma Erasmus, mais de 4,4 milhões de estudan-                     (EMILYO)
            tes do ES europeu participaram em programas                        Em 11 de novembro de 2008 foi criado o
            de mobilidade (Vale et al., 2018). Os motivos                   Programa European Initiative for the exchange
            para a internacionalização são diversificados                   of Military Young Officers inspired by Erasmus
            e dependem, em parte, do contexto específico                    (EMILYO), decorrente de uma declaração dos
            de cada instituição. O acesso generalizado dos                  Ministros da Defesa dos estados-membros



                                                                                                              JE  715 – JAN22
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