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46. Cultura & Lazer
ROTEIROS MILITARES
Praça-Forte de Elvas
Cidade-Quartel (Parte I)
acesso à urbe. Depois de décadas de abandono e ruína,
na última mudança de século foi recuperado e nele foi
instalado, no final de 2001, o primeiro museu militar de
Elvas. Visite-o e fique a conhecer a fortaleza e a história
da cidade. Suba à Casa do Governador e de lá contemple a
paisagem em redor, percorra os quatro baluartes, as casa-
matas, a capela, a cisterna e explore o túnel que parte do
forte e talvez outrora o ligasse à urbe, mas que presente-
mente já não nos conduz a lado nenhum.
Ali perto, à vista do forte, está o Fortim de São Ma-
mede (1810/12), mas que não é visitável.
Siga, agora, para a cidade, entrando pelas Portas de
Olivença, as que ficam mais próximas, situadas diante do
forte a poucas centenas de metros. Vire à direita e avan-
ce pela Avenida de São Domingos, que corre paralela às
Vista aérea da cidade
muralhas seiscentistas com as suas guaritas e canhonei-
Conhecer Elvas, Património da UNESCO desde 2012, ras, até chegar à igreja com o mesmo nome. À sua direita
é o que lhe propomos neste roteiro, repartido em dois encontra-se a entrada do Museu Militar de Elvas, inaugu-
números, tamanha é a abundância de monumentos rado em 2009 no extinto Regimento de Infantaria n. 8.
º
que nela atestam e recordam uma forte presença mi- No interior do quartel irá encontrar não só as diferentes
litar ao longo de séculos e que dela fazem um extra- coleções que este museu alberga; como também os claus-
ordinário exemplo de cidade-quartel e da evolução da tros do antigo Convento de São Domingos, a denominada
arquitetura militar e sistemas defensivos. Obra-Coroa, os Quartéis do Casarão, parte das muralhas
Foi na Guerra da Restauração que se começou a arquite- fernandina e seiscentista, a fonte de S. José e, ainda, o
tar a imponente praça-forte em que se viria a transformar Centro Interpretativo do Património, o local ideal para
Elvas, tornando-a na principal do País. São desse tempo o antever e compreender melhor o que poderá visitar na ci-
Forte de Santa Luzia (1641/48) e as muralhas seiscentis- dade. Destaque para os arreios e material hipomóvel, bem
tas, de tipo abaluartado (1641/53). O primeiro é o ponto
de partida do nosso roteiro. As segundas como que nos Forte de Santa Luzia
acompanham ao longo de todo este passeio,
tamanha é a sua extensão e volumetria. Onde
quer que estejamos, vemo-las ou sentimos o
seu contorno delineando o nosso percurso.
O Forte de Santa Luzia está situado no cimo
de um outeiro, fronteiro à cidade e a sul desta,
tendo sido aí construído para impedir a ocu-
pação desta zona pelo inimigo numa situação
de cerco e, ao mesmo tempo, controlar aquele
Texto : TSup João Moreira Tavares
Fotos : CM-Elvas e MusMilElvas
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