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Atualidades .25
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UNIDADES
A Tapada Militar de Mafra levado a efeito o lançamento de inúmeras iniciati-
foi inicialmente destinada ao vas que concorrem para a preservação, rentabili-
zação e divulgação deste importante património.
desenvolvimento agroflorestal, à Dando continuidade ao Plano de Gestão Flores-
produção cavalar e, a partir do século tal para a TMM, aprovado em 2007, pelo Instituto
de Conservação da Natureza e Florestas para um
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XIX, à formação e ao treino militar.” período de vinte anos (2006 a 2026), centrado na
subdivisão da mancha florestal da Tapada para a
proteção e conservação do solo ou produção de
cinegético, tendo sido palco em 1750 das primei- bens transacionáveis, como madeira, cortiça ou
ras caçadas, tendência que se repetiu pelos rei- pinhão, foi criado, em 2019, o Plano de Manu-
nados seguintes até à implantação da República tenção e Limpeza da TMM. Este plano, que será
em 1910 . revisto no final do terceiro trimestre de 2022 ,
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A tendência de utilização para fins militares está direcionado para a limpeza de áreas com um
de partes do Real Edifício de Mafra, marcada en- número excessivo de resinosas e matagais den-
tre 1807 e 1811 pelo contributo das duas Tapadas sos e de pontos de água (aquedutos, fontes, cha-
para o esforço defensivo das Linhas de Torres farizes, poços ou mães d´água), para a beneficia-
com cinco fortes/redutos defensivos, foi reforça- ção da rede estradal, e para a criação de faixas de
da em 1809 com a criação do Depósito de Recrutas contenção enquanto parte das medidas de defesa
de Infantaria de Mafra nos espaços conventuais . da floresta contra incêndios.
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Embora, em 1840, a TMM tenha sido adapta- Volvidos cerca de sete meses, desde a sua im-
da para quinta modelo pelo Rei Dom Fernando II, plementação, foram limpos cerca de 25 hectares
orientando-a para a experimentação e desenvolvi- de floresta (até final do ano está prevista a limpe-
mento de novas práticas agrícolas, silvícolas e de za de mais 40 hectares), apropriados cerca de 10
criação cavalar , a atribuição da administração da quilómetros de itinerários e recuperados inúme-
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Tapada Militar, em 1847, ao Intendente das Cava- ros pontos de água.
lariças Reais marcaria em definitivo o interesse
da sua utilização para fins militares, tendência
que seria mais tarde reforçada com a passagem
por Mafra do Real Colégio Militar, entre 1848 e
1859 e de 1870 a 1873, e com a criação da Escola
Prática de Infantaria e Cavalaria, em 1877.
Na verdade, o final do século XIX e o início do
século XX marcaram em definitivo a presença mi-
litar em Mafra, nomeadamente nos espaços con-
ventuais e na TMM, tendência que se preserva
atualmente com a Escola das Armas .
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Mantendo os equilíbrios entre o interesse mi-
litar e agroflorestal, a TMM procura hoje reafir-
mar alargar essa ambivalência.
Com os seus 360 hectares e apesar de não pos-
suir áreas florestais semelhantes à Tapada Nacio-
nal de Mafra, a TMM é um espaço único na Área
Metropolitana de Lisboa.
Consciente desta importância, a Escola tem Vista panorâmica da Tapada Militar de Mafra
JE 708 – ABR21
JE_Abr21.indb 25 26/07/2021 15:35:51