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Cultura & Lazer .45
UMA VISÃO DA HISTÓRIA
O embargo arrastou-se por quase seis meses, o que nos seus primeiros 12 anos, tertúlias mensais sobre li-
me levou a escrever outro livro, Na 23ª hora do MFA, vros relacionados com essa temática, tendo começado,
que foi editado no Norte, «clandestinamente», tal como conjuntamente com o camarada Coronel José Ataíde
Quem tem medo de Radiografia Militar? Montez, então presidente do Núcleo de Oeiras/Cascais
No meu décimo e último livro O Homem Sonha?, da Liga dos Combatentes.
edição da Câmara Municipal de Oeiras, com prefácio Seguiu-se o envolvimento da Comissão Portuguesa
do seu presidente, Dr. Isaltino Morais, e posfácio do de História Militar (CPHM), presidida pelo General
então diretor do Jornal do Exército, Coronel Marcos Alexandre Sousa Pinto, apoiado pelo Coronel José
de Andrade, que foi apresentado simbolicamente em Banazol, com quem trabalhara a propósito da organi-
2020/12/28, constam alguns sonhos e pesadelos, como zação do livro Revisitar Goa, Damão e Diu.
o do embargo… E, também, a colaboração no Jornal As tertúlias alargaram-se a Lisboa, no Palácio da
do Exército, um dos primeiros órgãos de comunicação Independência, sede da CPHM; e ao Porto, na Messe
onde colaborei e que motivou a edição do meu primei- da Batalha, em articulação com o Núcleo da Liga. E
ro livro. articularam-se com a coleção literária Fim do Império.
Foi um sonho que durou nove anos, com 196 tertú-
O Coronel Barão da Cunha, entre outras pessoas, lias e edição de mais de 30 livros…
foi um dos grandes impulsionadores da tertúlia lite- Acabei sendo agraciado com a medalha de Defesa
rária “Fim do Império”. Quer-nos falar um pouco de Nacional de 1.ª classe, imposta pelo atual Presidente da
como apareceu esta tertúlia, as obras que patrocinou e República, cerca de 50 anos depois de outro Presidente
quais os projetos para o futuro? da República me ter entregado o prémio Almirante
Como diria Fernando Pessoa, na sua Mensagem,
«Deus quer, o Homem sonha e a obra nasce». Augusto Osório…
Um dos sonhos que consegui concretizar foi o do Agradeço toda a sua simpatia e disponibilidade
Projeto “Fim do Império”, quando me aposentei na em nos receber e poder trocar algumas palavras com
Câmara Municipal de Oeiras. Tive autorização para o meu Coronel sobre a sua experiência como oficial
realizar, na Livraria Municipal Verney, que coordenei do Exército, antigo combatente medalhado com a
Cruz de Guerra e também como um militar ligado à
escrita. Uma última pergunta. Que recordações
tem, de ler o nosso Jornal do Exército nos idos
anos 60?
Tenho todas as edições do Jornal do
Exército nos sete anos de 1968/74, uma
encadernação por ano. Entre 1967 e 1974,
em oito anos, foram publicados 51 artigos
meus, sendo seis premiados, uma entre-
vista e sete referências em 33 edições…
Portanto, o Jornal do Exército foi
muito importante no desenvolvimento
da minha aprendizagem de comunicação,
complementada por 17 edições de 10
livros e participação regular na Rádio Di-
fusão Portuguesa em 1976/77, na revista
Defesa Nacional e no jornal Combatente
… JE
Entrega da medalha de Defesa Nacional de 1ª Classe, pelo
Presidente da República, em 11 de novembro de 2017 1 Ver Jornal do Exército n.º 714, de Nov/Dez de 2021, pp 42/45
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