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ARMAS COMBINADAS 09 - 71
humanos (controladores do sistema e formado- sar por se adaptar ao novo armamento: permitir
res). O conceito de utilização do NSAICTT na área ao atirador sentir o recuo da arma; realizar o tiro
o
da formação de tiro é o de complementar as ses- em 180 ou preferencialmente em 360 ; e deverá
o
sões de tiro real, permitindo que os formandos garantir um maior número de atiradores, prefe-
realizem sessões de tiro em simulador, antes de rencialmente até ao escalão secção (8 a 9 mili-
avançar para a carreira de tiro. Neste contexto, o tares), o que permitirá treinar a ação de comando
atirador formando, vê o resultado imediato e exis- na aquisição e distribuição de alvos; criar cená-
te redução de risco de acidente, pois quando este rios diversos e com complexidades diferentes,
chegar à linha de tiro na carreira de tiro, já tem para que o atirador seja imerso num ambiente
na memória a sessão que vai realizar e os erros virtual dinâmico e complexo a fim de treinar as
que cometeu já foram corrigidos no simulador, suas capacidades de observação, análise, deci-
garantindo qualidade e segurança na formação, são mantendo sempre presente a sua técnica de
aumentando exponencialmente os níveis de pro- tiro.
ficiência.
Tendo em conta o apresentado, é fundamen-
Para o treino das unidades operacionais, o tal equacionar a melhoria/modernização das IT
NSAICTT e as infraestruturas da EA, constituem afetas à formação e treino de tiro por forma a que
uma excelente oportunidade para realizar o ciclo estas deem a resposta necessária aos requisitos
completo do treino de tiro dos seus elementos, técnicos/táticos do novo armamento. É impor-
garantindo uma variedade de cenários modifi- tante que, no futuro, tenhamos IT que permitam
cáveis e complexos, consoante as suas neces- a realização do tiro até às longas distâncias (600
sidades de treino (EME, 2020). Conciliando o metros), e associados a estas IT, nomeadamente,
NSAICTT, para a realização do treino em simula- simuladores virtuais dotados das mais recentes
dor, das diferentes fases do tiro, sem dispêndio evoluções tecnológicas que apoiem, melhorem
de munições; o Centro de Simulação e Treino de e exponenciem a segurança e a rentabilidade da
Combate em Áreas Edificadas (CSTCAE) para o formação e treino de tiro, semelhantes ao sedia-
treino de situações complexas, com recurso a Si- do na EA.
tuational Training Exercises (STX) em cenário real;
e, finalmente a execução de sessões de tiro real,
em carreira de tiro, da EA.
Este NSAICTT, apesar de dar garantias de
aumento exponencial dos níveis de proficiência e
segurança dos atiradores, mantém algumas limi- BIBLIOGRAFIA
tações estruturais, destacando-se entre outras,
o facto de os programas apenas permitirem no EME, Direção da Arma de Infantaria (1989), MT38-
2 Caracterização e Técnica das Infraestruturas de
máximo a inclusão de quatro atiradores por ses- Tiro, Edição de autor. Lisboa.
são, impedindo o treino de escalões superiores; EME (2009), Diretiva N. 170/CEME/09 Política
O
efetuar tiro numa direção; a falta de simulação de Simulação para o Exército, Edição de autor.
Lisboa.
do recuo da arma; a incapacidade da câmara ler
todos os impactos, principalmente quando os EME (2014), Guia para a Simulação no Exército,
Edição de autor. Lisboa.
quatro atiradores disparam em simultâneo; e o
facto de não permitir utilizar o editor do progra- EME (2020), PDE 7-70-00 Formação e Treino de
Tiro de Armas de Fogo Ligeiras, Edição de autor.
ma Branching Videos, para que se possam criar Lisboa.
novos vídeos de diferentes tarefas críticas. EME (2020), PAD 030-01 Alvos para Tiro de Ar-
mas de Fogo Ligeiras, Edição de autor. Lisboa.
Assim, a evolução do NSAICTT deverá pas-