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Cultura & Lazer
UMA VISÃO DA HISTÓRIA
Mas aquele trabalho que
nificativa do centro do País e pela sua intervenção “
em obras de ampliação da Universidade de Coim- o libertou da Lei da Morte foi o
bra. Por ser dos melhores, como era hábito, foi
nomeado para servir no Brasil onde continuou o Comando da Fronteira Sul, com sede
seu brilhante desempenho. no Forte Novo de Coimbra, em 1801.”
Chegado ao Brasil em 1780, Ricardo Franco de
Almeida Serra fez um extraordinário trabalho de [Rui Santos Vargas]
cartografia do território, em particular de inóspi-
tas regiões do oeste brasileiro, como chefe da 3.ª para a defesa do seu forte com 49 soldados, 60
Partida de Demarcação de Limites na América, por civis, 110 fuzis e três canhões (três libras).
indicação da Rainha D. Maria I e no seguimento Logo ao avistar a flotilha e fora do alcance da
do Tratado de Santo Ildefonso (1777). Esta parti- sua artilharia, na manhã de 16 de setembro, o
da tinha como responsabilidade a demarcação da então Tenente-Coronel Ricardo Franco mandou
fronteira entre a foz do rio Jauru à foz do Japurá. disparar um tiro com uma peça, para negar as
Desempenhou outras funções brilhantemente, boas-vindas a D. Lázaro de la Ribera conforme
nomeadamente foi membro por duas vezes da era costume da época. Até ao pôr do sol, as
Junta Governativa da Capitania do Mato Grosso, peças instaladas nas sumacas não se calaram
foi Chefe da comissão encarregue de adquirir mais * Académico fustigando incessantemente o forte. A noite foi
exatos conhecimentos geográficos do nascimento e Delegado em de vigia, pois era esperado um desembarque das
Portugal da
e origens principais dos rios Galera, Sarapé, Guapo- Academia de Forças embarcadas, para o ataque final ao forte.
História Militar
ré, Juruena (braço principal do Tapajós), terrenos Terrestre do Mas o desembarque não chegou a acontecer.
que os medeiam e adjacentes. Rio de Janeiro. Quando a luz do sol voltou a iluminar o pan-
Académico-
Mas aquele trabalho que o libertou da Lei da Morte correspondente tanal, D. Lázaro de la Ribera enviou uma carta
foi o Comando da Fronteira Sul, com sede no Forte da Academia a Ricardo Franco propondo-lhe uma rendição
de Letras de
Novo de Coimbra, em 1801. Rondônia
Nomeado em 1797 para Comandante da Fron- Forte Novo de Coimbra:
teira do Sul, Ricardo Franco encontra o Presídio Vista aérea que engloba a área onde esteve instalado o Presídio de Coimbra
de Coimbra, na margem direita do rio Paraguai,
em tal estado de conservação que logo se decidiu
pela construção de novo forte, aproveitando o
relevo existente no local. Fez o projeto e deitan-
do mão aos parcos recursos disponíveis, inicia a
construção daquele que ficaria conhecido como
o Forte Novo de Coimbra.
A 16 de setembro de 1801 – no próximo ano
decorrerão 220 anos - ainda com a construção
do forte inacabada, D. Lázaro de la Ribera, Go-
vernador da Intendência do Paraguai, comanda
uma expedição rio Paraguai acima, com três ou
quatro sumacas com um total de 12 canhões e
guarnecidas com cinco a nove centenas de ho-
mens, com a finalidade de conquistar a posição
do Forte de Coimbra ante o seu valor geoestra-
tégico, na margem direita do rio Paraguai.
Ricardo Franco de Almeida Serra podia contar
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