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Cultura & Lazer
UMA VISÃO DA HISTÓRIA
para a preparação de uma nova operação militar.
Para comandar esta expedição é nomeado o capi-
tão Alves Roçadas.
A coluna expedicionária que integrava o 2.
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Esquadrão era constituída por 87 oficiais, 1306
praças europeias e 906 praças indígenas, num
total de 2299 homens. A Força de Cavalaria era
constituída por dois Esquadrões, num total de
199 cavaleiros. Inicialmente estava articulada
para o combate num Grupo de Cavalaria, coman-
dado pelo capitão Montez, com o 1. e 2. Esqua-
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drões de Dragões, comandados pelo capitão Gal-
vão de Magalhães e o tenente Martins de Lima,
respetivamente. Durante o decurso da operação
foi decidido extinguir o comando do Grupo por
ter sido considerado que os Esquadrões opera-
vam de forma independente .
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Preparação Emblema de chapéu usado pelos Dragões
de Moçâmedes. Fonte : Museu Militar do Porto
Em junho de 1906 teve início a preparação
do 2. Esquadrão de Dragões. Foram conduzidas
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duas atividades principais, a remonta e a integra- de uniformes de 1894. O uniforme dos Dragões
ção do pessoal. O Tenente Martins de Lima, co- era de caqui castanho, tendo o dólman quatro
mandante do Esquadrão, partiu para a Argentina, bolsos com pestanas e a gola reversível com pre-
acompanhado pelo Tenente veterinário Francis- silhas. As presilhas distinguiam as classes, os
co Pereira e pelo Sargento Ventura para cuidar da Oficiais tinham as presilhas encarnadas com car-
remonta. Enquanto decorria esta atividade eram cela de ouro, os Sargentos de seda e as Praças de
reunidas na metrópole, as praças provenientes lã. As polainas eram brancas de vitela com duas
de diversas Unidades de Cavalaria para a consti- correias. A cobertura de cabeça, era o chapéu de
tuição do Esquadrão. No dia 1 de agosto de 1906 o abas, tradicional para aqueles climas.
Esquadrão partiu apeado do quartel da Junqueira O armamento principal consistia na lança,
para o cais de embarque, próximo de Santa Apo- espada e carabina. Desde 1896 que as tropas de
lónia com destino a Moçâmedes. cavalaria estavam equipadas com a carabina
A remonta chegou a Moçâmedes, vinda da Mannlicker 6,5 mm M/1896, mais curta que a da
Argentina, tendo a comissão de remonta sido infantaria, com capacidade de 5 cartuchos no car-
responsável pela aquisição e transporte de 130 1 CASTRO, Velloso, regador. A carabina, contudo, foi substituída pela
cavalos e 200 muares. Na instrução individual A Campanha antiga carabina Kropatschek 8 mm M/1886, mais
era ministrado o manejo de lança, que consistia do Cuamato. curta que a congénere de Infantaria e para unifor-
Imprensa
numa novidade para a maioria das praças. Após Nacional mizar o calibre de toda a força de cavalaria com o
a instrução individual seguiu-se os exercícios de 2 SANTOS, calibre 8mm, de forma a simplificar o apoio logís-
pelotão e de esquadrão, com o manejo da lança, Benjamim, O tico. Estas carabinas apenas foram distribuídas
2. Esquadrão
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sempre presente. O Esquadrão ficou constituído de Dragões de ao 1. Esquadrão de Dragões (montado em mua-
a três Pelotões, num total de 126 militares, 102 Angola na Embala res), já que o 2. Esquadrão estava armado com
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do Cuamato,
cavalos e 24 muares . Tipografia laças modelo 1905 e o sabre regulamentar m/902.
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Os militares fardavam de acordo com o plano Minerva, 1958 Os oficiais utilizavam o sabre regulamentar de
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JE 703 – OUT20 703 – OUT20