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Cultura & Lazer
UMA VISÃO DA HISTÓRIA
conduziriam segurança aos flancos e à frente do
dispositivo da força principal. Carga do 2.º Esquadrão de Dragões no combate de Mufilo. Fotografia
O 2. Esquadrão foi empenhado inclusive em aguarelada. Fonte : RL2
º
operações defensivas, quando no dia 15 de setem-
bro substituiu a 1. Companhia de Infantaria Eu-
ª
ropeia, ocupando uma posição defensiva, empre-
gando para tal as carabinas orgânicas.
Conclusões
Pretendeu-se com este artigo analisar se a Uni-
dade, neste caso, o 2. Esquadrão, atuou na prá-
º
tica, de acordo com a sua tipologia de emprego, o
que nem sempre se verifica. Neste caso, em con-
creto, o conceito de emprego foi de acordo com
as tarefas geralmente atribuídas às Unidades de
Dragões – ações ofensivas, de segurança, e de vi-
gilância. De realçar que a Unidade nas suas ações
táticas atuou predominantemente montada, o
que é típico deste tipo de Unidades, caso contrá-
rio teria um emprego mais semelhante com a in-
fantaria montada.
As operações ofensivas foram efetuadas sobre-
tudo nas ações no Mufilo e na tomada da embala sente no legado histórico das nossas Unidades,
do Cuamato Grande. As operações de reconheci- nomeadamente o RC3 – Dragões de Olivença, e o
mento foram executadas em vários momentos da RC 6 – Dragões Entre o Douro e Minho.
operação face à mobilidade que o Esquadrão dis- Em outros Exércitos o termo continua igual-
punha, por ser uma unidade montada. As opera- mente presente no léxico das suas Unidades,
ções de seguranças foram executadas durante os como manutenção do legado histórico. Por exem-
deslocamentos da força principal e nas escoltas plo os “The Royal Scots Dragoon Guards”, na sua
durante as ações de reabastecimento da coluna página na internet referem que desde a criação do
expedicionária. O Esquadrão cumpriu inclusive Regimento em 1971, a principal plataforma para
operações defensivas quando substituiu a posi- cumprimento das suas missões foi alterada do CC
ção da 1. companhia europeia, de acordo com o para viaturas blindadas ligeiras para condução de
ª
princípio de economia de forças. operações de reconhecimento. Estas missões re-
A flexibilidade de emprego dos Dragões, pode querem versatilidade para operar montado e ape-
também ser realçada, de outra forma. Em deter- ado, no fundo características inerentes às unida-
minados momentos cumpriu missões típicas da des antecessoras, com origem no século XVII.
cavalaria pesada (operações ofensivas, carregan- Também o Exército francês manteve a de-
do sobre o inimigo, com predomínio do choque), signação, como por exemplo “Le 5 Régiment de
missões da cavalaria ligeira (operações de reco- Dragons (5e RD)”, constituídos por três Esqua-
nhecimento, de segurança e operações ofensi- drões de CC Leclerc, duas companhias de infan-
vas, durante perseguição do inimigo) e atuando taria (VBCI) e um Esquadrão de Reconhecimento
apeado quando necessário (ocupação da posição como forças de manobra, e que tem as suas ori-
defensiva). gens nos regimentos de carabineiros criados em
Atualmente o termo “Dragões” continua pre- 1621. JE
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JE 703 – OUT20 703 – OUT20