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                                                                                                                       .45
                                                                                 Cultura & Lazer
                                                                                      UMA VISÃO DA HISTÓRIA







            conduziriam segurança aos flancos e à frente do
            dispositivo da força principal.                         Carga do 2.º Esquadrão de Dragões no combate de Mufilo. Fotografia
               O 2.  Esquadrão foi empenhado inclusive em                                               aguarelada. Fonte : RL2
                   º
            operações defensivas, quando no dia 15 de setem-
            bro substituiu a 1.  Companhia de Infantaria Eu-
                             ª
            ropeia, ocupando uma posição defensiva, empre-
            gando para tal as carabinas orgânicas.
               Conclusões

               Pretendeu-se com este artigo analisar se a Uni-
            dade, neste caso, o 2.  Esquadrão, atuou na prá-
                                º
            tica, de acordo com a sua tipologia de emprego, o
            que nem sempre se verifica. Neste caso, em con-
            creto, o conceito de emprego foi de acordo com
            as tarefas geralmente atribuídas às Unidades de
            Dragões – ações ofensivas, de segurança, e de vi-
            gilância. De realçar que a Unidade nas suas ações
            táticas atuou predominantemente montada, o
            que é típico deste tipo de Unidades, caso contrá-
            rio teria um emprego mais semelhante com a in-
            fantaria montada.
               As operações ofensivas foram efetuadas sobre-
            tudo nas ações no Mufilo e na tomada da embala                  sente no legado histórico das nossas Unidades,
            do Cuamato Grande. As operações de reconheci-                   nomeadamente o RC3 – Dragões de Olivença, e o
            mento foram executadas em vários momentos da                    RC 6 – Dragões Entre o Douro e Minho.
            operação face à mobilidade que o Esquadrão dis-                    Em outros Exércitos o termo continua igual-
            punha, por ser uma unidade montada. As opera-                   mente presente no léxico das suas Unidades,
            ções de seguranças foram executadas durante os                  como manutenção do legado histórico. Por exem-
            deslocamentos da força principal e nas escoltas                 plo os “The Royal Scots Dragoon Guards”, na sua
            durante as ações de reabastecimento da coluna                   página na internet referem que desde a criação do
            expedicionária. O Esquadrão cumpriu inclusive                   Regimento em 1971, a principal plataforma para
            operações defensivas quando substituiu a posi-                  cumprimento das suas missões foi alterada do CC
            ção da 1.  companhia europeia, de acordo com o                  para viaturas blindadas ligeiras para condução de
                    ª
            princípio de economia de forças.                                operações de reconhecimento. Estas missões re-
               A flexibilidade de emprego dos Dragões, pode                 querem versatilidade para operar montado e ape-
            também ser realçada, de outra forma. Em deter-                  ado, no fundo características inerentes às unida-
            minados momentos cumpriu missões típicas da                     des antecessoras, com origem no século XVII.
            cavalaria pesada (operações ofensivas, carregan-                   Também o  Exército francês  manteve  a  de-
            do sobre o inimigo, com predomínio do choque),                  signação, como por exemplo “Le 5 Régiment de
            missões da cavalaria ligeira (operações de reco-                Dragons (5e RD)”, constituídos por três Esqua-
            nhecimento, de segurança e operações ofensi-                    drões de CC Leclerc, duas companhias de infan-
            vas, durante perseguição do inimigo) e atuando                  taria (VBCI) e um Esquadrão de Reconhecimento
            apeado quando necessário (ocupação da posição                   como forças de manobra, e que tem as suas ori-
            defensiva).                                                     gens nos regimentos de carabineiros criados em
               Atualmente o termo “Dragões” continua pre-                   1621. JE



                                                                                                             JE
                                                                                                             JE  703 – OUT20 703 – OUT20
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