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Quanto ao Exército anglo-luso, contava com seis efetivo em combate, encontravam-se no Buçaco outras
Divisões de Infantaria e três Brigadas Independentes, a unidades que, não tendo tomado parte no campo de ba-
saber: uma Divisão Ligeira, comandada por Crawford; talha, permaneceram em reserva . Na Artilharia, conta-
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a 1.ª Divisão, sob comando do General Spencer e cons- va com 60 bocas de fogo.
tituída por quatro Brigadas; a 2.ª Divisão, sob comando A 26 de setembro, Massena reunira em conselho os
do General Hill, compreendendo três Brigadas inglesas generais comandantes dos corpos de exército, o Chefe
e uma Divisão portuguesa; a 3.ª Divisão, sob coman- do Estado-Maior e os comandantes da Artilharia e da
do do General Picton, compreendendo duas Brigadas Engenharia. Alguns generais (entre os quais Ney
inglesas e a 5.ª Brigada portuguesa; a 4.ª Divisão, sob e Junot) foram de opinião que seria arriscado realizar
comando do General Cole, a duas Brigadas inglesas e um ataque frontal de baixo para cima, dadas as condi-
a 7.ª Brigada portuguesa; a 5.ª Divisão, comandada por ções do terreno e as dificuldades de a Artilharia operar.
Leith, que compreendia as Brigadas Barnes, a 8.ª Bri- Seria mais vantajoso retirar para Viseu, de onde pode-
gada portuguesa, a Leal Legião Lusitana, o Regimento riam progredir para o Porto ou voltar a Almeida. Outros
de Infantaria n.º 8 e o Regimento de Milícias de Tomar, (como Reynier e Lozowsky), embora admitindo dificul-
para além da engenharia, das “equipagens militares” e dades, viram alguma possibilidade de sucesso na opera-
do Estado-Maior, num total de 52 272 elementos (26 ção. Massena insistia nas ordens de Napoleão para mar-
843 britânicos e 25 429 portugueses). Para além deste char sobre Lisboa. Dá ordem de batalha, programando,
entre outras disposições, um ataque simultâneo dos 2.º e
6.º CE, o que não sucederá.
Às 6 horas da manhã de 27 de setembro, sob um den-
so nevoeiro, a 1.ª Divisão do 2.º CE francês dá início ao
ataque, progredindo para Norte, em direção à Divisão
britânica de Picton. Consegue atingir o cume da Serra,
tendo repelido os postos aliados, incluindo o nosso Re-
gimento de Infantaria n.º 8. Porém, ante o poder de fogo
da Artilharia aliada, e depois da extenuante marcha de-
senvolvida, as colunas francesas começam a ceder. Foi
notável neste combate a ação do Regimento de Infanta-
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ria n.º 8 português , em apoio à Divisão de Picton, que
efetuou uma carga à baioneta, fazendo com que a Divi-
são francesa de Merle, não tendo sido oportunamente
apoiada pela reserva, retirasse para o sopé da Serra.
As forças francesas da 2.ª Divisão - Heudelet, que
haviam aguardado em Santo António do Cântaro,
avançaram pouco depois. Porém, não lograram conter
o choque das forças de Picton, entretanto reforçadas
por duas Brigadas britânicas e pelos Regimentos n.º 9
e 21 portugueses.
Ao contrário do que fora planeado por Massena, o
6.º CE só ataca passada mais de uma hora sobre o início
do combate pelo 2.º CE , quando este já se encontrava
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em retirada. As Divisões Loison e Marchand avançaram
pela estrada em direção ao Luso. A Brigada Simon (de
Loison) logrou atingir a zona da encosta de Sula, tendo
repelido o nosso Batalhão de Caçadores n.º 3, perten-
Monumento evocativo da Guerra Peninsular cente à Divisão Crawford, e tendo-se mesmo apoderado