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Cultura & Lazer .51


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            Figurinos com uniformes da época, numa recriação da Batalha do Buçaco



            1  Wellesley navegou depois até à cidade do Porto, tendo entabulado contacto com a Junta Provisional do Governo Supremo do Reino, formada a 19 de junho, naquela
             cidade, após o que tropas britânicas desembarcaram na Praia de Lavos, a sul da Figueira da Foz.
            2  Por decreto de 17 de abril de 1810, Napoleão nomeia Massena para comandante do Exército destinado a invadir Portugal.
            3  Segundo o Coronel Dias de Carvalho, a posição do Exército aliado no Buçaco “encontrava-se compreendida entre a senhora do Monte Alto, a Sul, e o Ninho da Águia,
             a Norte, numa extensão de cerca de 20 km.” In A Batalha do Buçaco, Caderno de História Militar n.º 22, Direção do Serviço Histórico-Militar, Lisboa, 1993, pág. 17.
            4  Na verdade, o primeiro recontro tivera lugar em 24 de julho desse ano, tendo ficado conhecido como «Combate do Côa», o qual foi travado junto ao rio do mesmo
             nome, próximo de Almeida. Neste combate, as forças aliadas, através da Divisão Ligeira comandada pelo General Robert Crawford, foram obrigadas a retirar ante o
             avanço do 6.º CE francês, comandado pelo Marechal Ney.
            5  Segundo a análise minuciosa que fez o General Victoriano César da posição do Buçaco, “A Serra do Buçaco levanta-se sobranceira a Penacova, tendo na Senhora
             do Monte Alto 323 metros de altitude; depois apresenta a depressão da Chã, e em seguida vai sucessivamente elevando-se até ter 547 metros (…) Desde a Senhora
             do Monte Alto até à mata do Buçaco, apenas se notam dois colos por onde passavam duas estradas. São as portelas da Oliveira ou da Mata e a de Santo António do
             Cântaro.” in Batalha do Buçaco (27 de Setembro de 1810), Lisboa, Imprensa da Armada, 1930, pág. 10.
            6   Tomamos por referência o trabalho do Coronel José Dias de Carvalho atrás citado.
            7  A saber, Unidades de Cavalaria inglesas, sob comando do General Cotton, num total de 2 920 efetivos; Unidades de Cavalaria portuguesas, sob comando de Fane,
             num total de 1450 homens; e a Divisão Lecor, composta pela Brigada Bradford e três regimentos de milícias, num total de 4 811 homens.
            8  Num relato eivado de cariz patriótico, diz-nos o general Victoriano César, “Os nossos soldados, cheios do mais patriótico brio, foram os que mais se distinguiram
             nessa famosa carga à baioneta. Wellington teceu os maiores elogios aos bravos Soldados de Infantaria n.º 8.”
            9  Embora o ataque devesse ser simultâneo, sucedia que o caminho a percorrer pelo 2.º CE era mais fácil do que o do 6.º CE, pelo que este deveria iniciar manobras
             anteriormente para cumprir o plano estipulado.
            10  A brilhante conduta dos militares portugueses mereceu o reconhecimento de Wellesley e do Comandante em Chefe do Exército Britânico, o Marechal Beresford,
             constando na Ordem do Dia de 28 de setembro, emitida no Quartel-General no Buçaco, um elogio aos Batalhões e Regimentos portugueses que se distinguiram em
             combate e, na Ordem do Dia de 30 setembro, nova menção elogiosa de Wellesley.
            11  São ainda dignos de nota, já no ano seguinte, durante a retirada dos franceses, os combates de Pombal, Redinha e Condeixa e, finalmente, de Casal Novo, Foz de
             Arouce, Ponte da Mucela e Sabugal.
            12  Como referia o General Paul Thiébault, chefe do Estado-Maior de Junot, “A efémera conquista de Portugal foi a causa de todos os desastres que para a França depois se
             seguiram.” Apud, João Paulo Ferreira da Silva, Primeira Invasão Francesa, 1807-1808 – A invasão de Junot e a revolta popular, Lisboa, Academia das Ciências, 2015, p.1.



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