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5. A mobilização, Recrutamento
e Guerra Durante a Monarquia Dual (1581-1640)
4. De Portugal para a Flandres
A militância dos portugueses “nas partes de Itália, e noutras, onde a guerra
florescia” vinha de longe. Um dos exemplos mais divulgados pela historiografia
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é o “Capitão Leitão”, soldado que combateu sob as ordens de Carlos V em
Itália. Regressado a Portugal no contexto das reformas militares manuelinas do
primeiro quartel de quinhentos, esteve envolvido nos projetos expansionistas
deste monarca, nomeadamente na preparação das primeiras companhias de
“ordenança” que atuaram no Norte de África entre 1509-1514 . Muitos outros
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portugueses optaram, a título individual, por fazer o seu tirocínio nas guerras
da Europa, ao serviço de Espanha. O infante D. Luís, que integrou a participação
de Portugal na expedição a Tunes de 1534, foi o mais ilustre de todos. Mas
outros houve que, antes do advento da ”Monarquia Dual”, também acabaram
por regressar, tanto por chegar ao fim da carreira militar, para participar em
outras campanhas militares – agora ao serviço da monarquia portuguesa, ou
no séquito de algum fidalgo nomeado para uma empresa específica, ou ainda
porque convocados pelo soberano (tabela 5).
tabela 5 – Veteranos portugueses das “guerras de Itália” e Flandres na 2ª metade do séc. XVI
Nome Teatro de operações Data
Francisco da Cunha Europa? Reinado D. João III
Isidoro de Almeida Piemonte Antes de c.1550?
Itália 1559
Cristóvão de Andrade
Flandres 1570-85
Manuel Raposo Itália e Flandres Antes de 1568
Diogo Álvares Correia Flandres 1553?-73
Martim Afonso de Melo Europa? Antes década de 70? (séc. XVI)
João da Fonseca Flandres Até 1573
Simão Miranda de Távora Flandres Depois de 1578?
António Pinto de Fonseca Flandres 1587-92
72 Crónica do xarife Mulei Mahamet e del. Rei D. Sebastião, 1989, p.124.
73 AUBIN, Jean – Le Capitaine Leitão, un sujet insatisfait de D. João III. Sep. Revista da Universidade
de Coimbra. Coimbra: Imprensa da Universidade, 1983.
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