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desenvolvimento do ser que carregamos.
E apesar de ter tentado manter-me ativa ao máxi-
mo, houve mesmo uma fase em que tive de parar.
Depois deparamo-nos com o regresso.
E neste desporto, depois de uma
paragem longa, em que o corpo
sofreu muitas alterações, devido à
gravidez, voltar a um nível
competitivo é extremamente difícil.
Por outro lado, agora com a Olívia tenho uma mo-
tivação redobrada e quando somos organizados,
disciplinados e queremos muito algo, com natu-
ralidade e tranquilidade, conseguimos voltar. E
estou confiante que vou voltar ainda mais forte.
No geral, ser mãe deu-me uma capacidade
pragmática que não sabia que tinha e que con-
tinuo a desenvolver. Aprendi a lidar com outros
olhos para situações importantes, como por
exemplo a privação do sono, e estou mais orga-
nizada.
Penso que a minha performance só tem a ganhar
com a maternidade, mas ela tem agregado muito
mais empenho e desgaste, por razões óbvias.
Contudo, estas dificuldades são ao mesmo tempo
aprendizagens. Conseguimos encontrar soluções
de uma forma muito mais célere para os cons-
trangimentos que vão aparecendo no nosso dia-
-a-dia.
Descreva em termos genéricos a sua expe-
riência pessoal ao longo da sua gravidez e
treinos durante a mesma.
JG A verdade? Não gostei de estar grávida, pois
não podia treinar como gosto, como quero e
como entendo. Estava limitada. O treinar esteve
sempre em primeiro plano, e obviamente teve de
passar para segundo lugar. Mas é uma questão
de aceitação e aprendizagem.
Por exemplo, ao nível do treino não sabia o que
podia ou não fazer, porque não queria prejudicar
a pequena pessoa que trazia dentro de mim. Fui
fazendo treino funcional e caminhadas, mas a