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Atualidades .23
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COMEMORAÇÕES
Desde 1810 à criação da Arma
de Transmissões, materializada pela
publicação do Decreto-Lei 364/70,
de 4 de agosto, foram trilhados
caminhos árduos, mas insignes,
os quais ficaram testemunhados
desde o marco da telegrafia ótica
até aos mais complexos sistemas
de comunicações por fibra ótica e
satélite.” Logótipo vencedor do concurso realizado pela DCSI,
no âmbito das comemorações do 50.º aniversário da
[Cor Tir Tm Garrido Afonso] Arma de Transmissões
publicação sob o título Organização e Regu- sendo reconhecida a especificidade e complexida-
lamento de Disciplina do Corpo destinado ao de da missão das Unidades de Transmissões, que
Serviço dos Telégrafos, com a missão primá- ficou materializada em estruturas orgânicas dife-
ria de proceder à operação da primeira rede de renciadas, dotadas de quadros com formação es-
telegrafia ótica, implantada em Portugal. Este pecífica, para responder eficazmente aos desafios
Corpo Telegráfico, posteriormente, ficou na tecnológicos. Para colmatar lacuna, o Ministério
dependência do Real Corpo de Engenheiros. do Exército na reorganização determinada pelo
Desde 1810 à criação da Arma de Transmis- Decreto-Lei 42564, de 7 de outubro de 1959, gerou
sões, materializada pela publicação do Decre- a Direção da Arma de Transmissões, integrada na
to-Lei 364/70, de 4 de agosto, foram trilhados Direção-Geral de Instrução, tendo sido o catalisa-
caminhos árduos, mas insignes, os quais fica- dor para a desagregação, anos mais tarde, dos Qua-
ram testemunhados desde o marco da telegra- dros de Transmissões e de Engenharia. A Direção
fia ótica até aos mais complexos sistemas de da Arma de Transmissões, passou a superintender
comunicações por fibra ótica e satélite. tecnicamente as Unidades e Órgãos de Transmis-
Ao longo dos séculos XIX e XX, múlti- sões, bem como assumiu a gestão dos recursos hu-
plas Unidades, Estabelecimentos e Órgãos de manos e materiais colocados à sua disposição.
Transmissões, nos primórdios enquadradas A criação da Arma de Transmissões, en-
na Arma de Engenharia, participaram em di- cerrava diversos condicionalismos, nomea-
versos conflitos armados. Destacando-se no damente a falta de quadros na Arma de En-
período anterior à criação da Arma de Trans- genharia do Ramo de Transmissões, que foi
missões, a participação destas Unidades, na agravada pela criação do Serviço de Material
Grande Guerra (1914-18), integradas no Corpo em 1956, que subtraiu muitos desses quadros
Expedicionário Português na Flandres e nas para as suas estruturas. Assim, a falta de qua-
Forças expedicionárias enviadas para as anti- dros tecnicamente qualificados revelava-se
gas colónias portuguesas. um problema fulcral que urgia colmatar, no-
Ao longo deste percurso, de intensos e marcan- meadamente a falta de Oficiais Engenheiros
tes desenvolvimentos tecnológicos no domínio Eletrotécnicos, o que demorou alguns anos a
das comunicações e sistemas de informação, foi ser colmatado.
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