Page 35 - JE714
P. 35

.35
                                                                                         Atualidades                   .35


                                                                                                       DOUTRINA






            cimentos e Órgãos (U/E/O) do Exército: “o que                      Na segunda intervenção, do primeiro painel,
            fazer perante uma quebra ou violação da seguran-                a cargo do Departamento de Assessoria Jurídica
            ça, à luz do atual enquadramento legal.”                        e Contencioso do Gabinete do Chefe do Estado-
               A sessão de abertura foi presidida pelo Vice-                -Maior do Exército, foi efetuada a apresentação
            -Chefe do Estado-Maior do Exército, Tenente-Ge-                 do enquadramento legal em vigor. Nesta inter-
            neral (TGen) Rui Davide Guerra Pereira, que desta-              venção foi enfatizado que este enquadramento
            cou, na sua intervenção, a relevância do seminário              legal, além do que decorre dos diplomas legais,
            como um contributo para a melhoria da mentali-                  se materializa, também, através das disposições
            dade de segurança e que esta deve estar presente                adotadas em sede de doutrina militar, designada-
            a todos os níveis, desde o General mais antigo ao               mente através das Instruções de Segurança Mili-
            militar mais moderno. Além da cadeia de comando                 tar, aprovadas por despacho conjunto do Chefe
            do Exército, estiveram presentes o Diretor da Polí-             do  Estado-Maior-General das  Forças Armadas  e
            cia Judiciária Militar (PJM), o Diretor do Centro de            dos Chefes dos Estados-Maiores dos Ramos, ou
            Informações e Segurança Militar (CISMIL) do Es-                 seja, por diplomas sem força de lei, ao contrário
            tado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA),                  do que se observa em outros domínios da segu-
            os Comandantes, Elementos Coordenadores de                      rança nacional. Foi, ainda, apresentado, em jei-
            Segurança  e  Oficiais  de  Segurança  das  diferentes          to de conclusão, que o tendencial aumento, em
            U/E/O do Exército, tendo o evento contado com a                 complexidade, dos assuntos relativos à seguran-
            participação de 155 militares e civis, de forma pre-            ça nacional e o inerente incremento de potenciais
            sencial ou por via telemática.                                  colisões com a esfera de direitos, liberdades e ga-
               O programa do seminário incluiu dois painéis,                rantias, bem como a exigência de atuação concer-
            o primeiro dedicado ao “enquadramento legal,                    tada entre diversas entidades, obrigará, à luz dos
            normas de atuação e desafios para a segurança                   princípios constitucionais, à sua regulação por
            militar” e o segundo à “caracterização da ameaça                via de diplomas com força de lei.
            e aos desafios colocados à Marinha, ao Exército                    Na intervenção seguinte, a cargo da PJM, foi
            e à Força Aérea, na execução das tarefas de segu-               referido que a mesma possui jurisdição em todo o
            rança militar”.                                                 TN e nos Teatros de Operações (TO) onde estejam
               A primeira intervenção, a cargo do CISMIL,                   presentes Unidades militares portuguesas. Foi
            apresentou o estado da arte relativamente ao pro-               igualmente referido que a PJM tem competência
            cesso de desenvolvimento das  Normas Orienta-                   específica para a investigação dos crimes de natu-
            doras para as Regras de Empenhamento e Postura                  reza estritamente militar e competência reserva-
            das Forças Armadas. Esta comunicação, além de                   da para a investigação de crimes comuns come-
            apresentar este processo, transmitiu à audiência                tidos no interior das U/E/O militares. Foi ainda
            que os trabalhos se encaminham para a produção                  salientado que, pese embora o primeiro contacto
            de um diploma legal que enquadre o uso da força,                possa ser efetuado com outro órgão de polícia cri-
            pelos militares das Forças Armadas,  no cumpri-                 minal, tendo em vista a adequada avaliação da si-
            mento das suas missões de proteção e segurança.                 tuação ou a mediação do procedimento, qualquer
            Com o referido documento, ainda em desenvol-                    ocorrência deverá ser sempre comunicada à PJM,
            vimento, pretende-se criar condições para o in-                 por força da possibilidade de concursos de crimes
            cremento da proteção das instalações militares,                 não detetados inicialmente, mas que tenham en-
            locais de serviço e outros, nos quais os militares              quadramento no normativo em vigor.
            estejam autorizados a circular ou permanecer                       A última comunicação, do primeiro painel, fi-
            com material militar, de modo a salvaguardar a                  cou a cargo da Divisão de Cooperação, Operações,
            sua segurança na execução de missões em Terri-                  Informações e Segurança do Estado-Maior do
            tório Nacional (TN).                                            Exército, que expôs os desafios à adequada im-



                                                                                                          JE  714 – NOV/DEZ21
   30   31   32   33   34   35   36   37   38   39   40