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46. Cultura & Lazer
ROTEIROS MILITARES
Linhas de Torres Vedras – Percursos
O Nó das Linhas (Parte I)
Fonte: RHLT
Este é o mais central de todos os percursos, do pon-
to de vista geográfico e também viário, e faz-se por
terras de Mafra e Loures, entre a Malveira e Bucelas.
A passagem nesta região de um dos principais acessos
a Lisboa, vindo de Torres Vedras, e sua ligação com as
vias para: Mafra, em direção ao mar; Bucelas, rumo
ao rio; Montachique, no caminho para a capital; bem
como o acentuado relevo conduziram à edificação de
um conjunto assinalável de fortificações nesta zona.
Nem todas são hoje perfeitamente visíveis, mas algu-
mas delas foram intervencionadas e é sobre elas que
escrevemos e convidamos a visitar.
O Centro de Interpretação das Linhas de Torres de
Bucelas, que foi já objeto de menção no último rotei-
ro desta rubrica, poderá ser o ponto de partida ou de
chegada do presente percurso, ficando ao critério do
viajante esta escolha. Se acabou de concluir o último
roteiro e pretende de seguida realizar o atual, e até de-
pois passar ao sexto percurso (Do Palácio ao Atlântico),
a opção mais lógica, e por isso recomendada, é seguir
na direção Bucelas-Malveira, dado que ao terminar um
percurso ficará muito próximo do início do seguinte.
Texto : TSup João Moreira Tavares | Redator do JE
Se não é esse o caso, experimente começar este
passeio na Malveira, povoação do concelho de Mafra,
célebre, entre outras coisas, pela sua feira semanal, de
existência anterior às Linhas e que dá nome a um dos
seus fortes. A obra n.º 66, como também este reduto
é denominado, não dista muito da estrada nacional 8
(a antiga Estrada Real vinda de Torres Vedras). A ela
se chega a partir do cruzamento da estrada com a Ala-
meda Professor Doutor Leite Pinto e depois pela Rua
do Forte. São apenas cerca de 350 metros e encontrará
sinalização ao longo do caminho.
O Forte da Feira controlava a estrada para onde
apontam as suas seis canhoneiras e localiza-se no
centro de um complexo que totaliza 19 redutos, dos
quais dois – o do Matoutinho e o de Santa Maria - dele
se avistam, por entre as casas e árvores que o rodeiam,
com a ajuda de pontos de observação marcados no solo.
Porém, é a reedificação quase total do paiol que
sobressai neste forte, depois dos trabalhos arqueo-
lógicos, realizados em 2010/11, o terem resgatado de
debaixo do solo e permitido a sua reconstituição. Situ-
ado no centro da fortificação está semienterrado entre
muros de pedra, sobre os quais assenta uma estrutura
de madeira que o cobre, que por sua vez é coberta por
terra, reforçando a sua proteção e ajudando também