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É durante o treino operacional Decorrente das necessidades formativas e operacio-
inicial que são confirmadas nais foram estruturados Grupos de Especialistas por
Capacidade de Treino Operacional (GECTO), consti-
as competências adquiridas e tuídos por militares com competências diferenciadas,
aferidas as apetências individuais, os designados Subject Matter Expert (SME), para apro-
fundar e atualizar Táticas, Técnicas e Procedimentos
permitindo colocar os militares no (TTP), por requisitos de capacidade/treino, em áreas
cargo e na função certa.” consideradas essenciais para as Operações Especiais.
Estas equipas têm representação em todas as Subunida-
des táticas, para facilitar e promover o desenvolvimento
e aferidas as apetências individuais, permitindo colocar técnico de forma abrangente e coerente e, caso seja
os militares no cargo e na função certa. A partir deste necessário, desenvolverem treino individual específico
momento inicia-se o aperfeiçoamento e valorização de e orientado nas matérias em que são especialistas. Estes
um conjunto de competências avançadas, chamadas de SME são também uma peça fundamental neste siste-
advanced skills, que visam dar as ferramentas necessá- ma, pois é neles que assenta o conhecimento técnico
rias para o desempenho de funções mais complexas. de áreas muito específicas, e têm a responsabilidade de
Algumas destas advanced skills são desenvolvidas atra- desenvolver e validar Normas de Execução Permanente
vés de um novo processo formativo, como é o caso dos (NEP), Publicações Técnicas e Pacotes de Treino Técni-
snipers, do reconhecimento especial ou do guiamento cos Específicos para as diferentes áreas.
terminal. Este SIFT é particular e diferenciador devido a três
O modelo de treino operacional estabelecido na aspetos determinantes no que concerne à sua concreti-
FOE assenta num processo iterativo e sequencial de zação.
treino, avaliação, correção e aperfeiçoamento, e tem O primeiro é a integração e correlação do conceito
como objetivo desenvolver e manter a prontidão da de Lições Identificadas e Lições Aprendidas (LI/LA),
Força em três níveis: individual; Unidade Tática base tanto na formação como na componente operacional,
(SOTU) e Grupo de Tarefa (SOTG – Special Operations que através da elaboração de relatórios técnicos, nos
Task Group). A sua operacionalização é materializada quais se explana as LI/LA e as boas práticas, fomenta e
através de ciclos semestrais, com microciclos mensais, potencia o incremento de mudanças em ambas as par-
tendo em vista a sua validação. tes, em simultâneo.
O segundo está relacionado com a implementação
do ciclo anual do SIFT. Partindo da recolha de dados
(relatórios técnicos, de curso, de fim de missão, etc.),
passando pela organização de workshops em áreas im-
portantes para as Operações Especiais, culmina com a
organização de um seminário integrado onde os dife-
rentes GECTO apresentam a avaliação do seu trabalho
e formulam as diferentes propostas. Estas terão reflexo
na formação, através de restruturação dos conteúdos
dos cursos e respetivos referenciais, e no treino ope-
racional, através da introdução de novas NEP, TTP e
manuais ou, ainda, pela validação de novos requisitos
de capacidade que terão impacto no ciclo de desenvol-
vimento dos diferentes vetores da Capacidade de Ope-
rações Especiais.
Por último, e não menos importante, a interação
Infiltração utilizando mergulho de combate permanente entre a formação e o encargo operacional.