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12. A Guerra em África (1961-1974) – Recrutamento e Mobilização
                  das Tropas Portuguesas


                               Distribuição dos Recrutas do 1º turno de 1965 (cont.)

                              Pessoal e Svc. Religioso           469

                                    Básicos                      153

                                     total                     13.403


                     A elevada frequência dos cursos de formação de recrutas e os reduzidos
               tempos de intervalo entre cada turno, eram um encargo muito exigente para o
               Exército, que tinha de utilizar alguns quartéis sem condições adequadas e sem
               instrutores (formadores) adequadamente preparados, na sua maioria milicianos,
               recém-formados, sem nenhuma experiência, nem como formadores nem como
               operacionais  da  guerra  em  África.  Tal  como  reconhece  uma  fonte  oficial:  “a
               preparação básica do contingente era de fraco nível o que, naturalmente, se
               refletiria nas fases subsequentes da instrução”. Os comandantes das companhias
               de  instrução  de  recrutas  eram  muitas  vezes  jovens  oficiais  milicianos  e  os
               “instrutores eram todos oficiais milicianos, na maioria aspirantes, acabados de
               promover […] Os monitores eram, regra geral, cabos milicianos…” .
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                     Cada pelotão deveria ter cerca de 40 soldados recrutas, com um oficial
               instrutor  e  dois  monitores,  mas  foi  muito  frequente  haver  pelotões  com  60
               recrutas, o que prejudicava, naturalmente, a qualidade da instrução. Além disto,
               os estágios de Instrução de Aperfeiçoamento Operacional (IAO), que deveriam
               decorrer  durante  três  semanas,  eram  sempre  reduzidos,  ou  porque  era
               necessário preparar o embarque ou por não haver instalações adequadas para
               o efetivo envolvido. Nos relatórios anuais de instrução, encontram-se diversas
               referências dos comandantes militares em África, que apontavam deficiências
               sobre a preparação das unidades que chegavam da Metrópole.
                     Regressando  ao  exemplo  do  1º  turno  de  recrutas  de  1965,  vejamos
               como os 4000 recrutas para a infantaria foram distribuídos pelos quartéis onde
               frequentaram a Instrução Básica.

                          Regimento de Infantaria n.º 1 (Amadora)  700 recrutas

                          Regimento de Infantaria n.º 2 (Abrantes)  1000 recrutas



                 CECA, 1988, pp.325-326.
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