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12. A Guerra em África (1961-1974) – Recrutamento e Mobilização
                  das Tropas Portuguesas

                     Da Recruta à Mobilização
                     A incorporação para iniciar a formação (recruta), acontecia normalmente
               no ano seguinte ao da realização das provas de inspeção e a mobilização para
               África podia ser logo no mesmo ano da recruta ou no ano seguinte, conforme o
               jovem fosse incorporado no 1º turno de cada ano ou nos três turnos seguintes,
               pois em cada ano havia quatro incorporações (turnos de recrutas). A formação
               (instrução) dos militares do Contingente Geral (praças) designado popularmente
               por “recruta”, tinha a duração de quatro meses e decorria em duas fases:
                     −  Instrução  Básica  (IB)  durante  9  semanas,  em  que  era  ministrada  a
                        formação básica militar.
                     −  Instrução  Especial  (IE):  durante  7  semanas,  em  que  era  ministrada
                        a  especialidade  (atirador,  condutor,  apontador  de  artilharia,
                        radiotelefonista, cozinheiro etc.).

                     Depois do período inicial de formação de quatro meses, o militar jurava
               bandeira e era considerado “pronto”. A maioria dos homens ia depois para um
               quartel (unidade mobilizadora) integrar uma unidade para a guerra, mas antes
               do embarque tinha ainda um período de formação (instrução coletiva) que era
               designado por Instrução de Aperfeiçoamento Operacional (IAO), que decorria
               durante três semanas. Assim, antes de ser enviado para África para cumprir uma
               comissão de dois anos, cada militar tinha já cumprido no mínimo, seis meses de
               serviço militar, mas muitos homens foram mobilizados somente após um ano ou
               mais de serviço na Metrópole.
                     O contingente anual de recrutas a instruir, era distribuído pelas diversas
               especialidades combatentes e dos serviços logísticos, em regra de acordo com
               a  seguinte  proporção,  sendo  as  armas  combatentes  (Infantaria,  Artilharia  e
               Cavalaria) as que recebiam a maior parte dos recrutas.


                            Distribuição dos Recrutas do Contingente geral em
                                    cada ano, pelas armas e serviços

                          Infantaria                                30 %

                          Artilharia                                13 %
                          Cavalaria                                  8 %

                          Engenharia                                 4 %

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