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Quanto aos médicos, designadamente os militares, os médicos Bernardino António Gomes (1768-1823) e
assumirão grande relevo na Academia das Ciências Francisco Soares Franco (1771-1844).
durante o séc. XIX, evidenciando-se nos domínios da A presença militar na Academia das Ciências será
investigação e da prática clínica. A sua intervenção será uma constante e manter-se-á até aos dias de hoje. O
notória em finais do século, durante as campanhas de universo de militares académicos é vasto, de mais de
África e, já no séc. XX, na Primeira Guerra Mundial, uma centena de nomes, que seria justo evocar, não fora
em que a medicina militar conheceu grande progresso. a limitação de espaço. De entre esses muitos militares
Porém, é no princípio do séc. XIX que assumem um e ilustres sócios da Academia que se destacaram no
papel crucial na implementação de um dos mais campo da Ciência, mencionem-se, apenas a título de
importantes projetos da Academia das Ciências de exemplo, os de Inácio António da Fonseca Benevides
todos os tempos – a Instituição Vacínica, fundada em (1788-1857), Jaime Zuzarte Cortesão (1884-1960), Luís
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1812 , e que teve por objetivo combater a varíola , da Silva Mouzinho de Albuquerque (1792-1846), Adriano
que foi um flagelo em Portugal e na Europa. Foi, Augusto de Pina Vidal (1841-1919), Artur de Sacadura
pois, a Academia das Ciências de Lisboa a instituição Freire Cabral (1881-1924), Carlos Viegas Gago Coutinho
responsável pelo primeiro programa de vacinação em (1869-1959) Alberto Germano da Silva Correia (1888-
massa realizado em Portugal. Na vanguarda estavam 1967) e Hermenegildo Carlos de Brito Capelo (1841-1917).
Edward Jenner (1749-1823) a inocular contra a varíola o seu primeiro paciente, James Philipps, Pintura de Ernest Board (1877-1934)
(Fonte Visão/Sapo, 29/08/2020)