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Cultura & Lazer .45
“
A Academia das Ciências
de Lisboa foi responsável pelo
primeiro programa de vacinação
em massa realizado em Portugal,
que teve por objetivo combater
a Varíola.”
João Carlos de Bragança e Ligne (1719-1806), Segundo
Duque de Lafões, e Bartolomeu da Costa (1732-1801).
A título de curiosidade, os cinco primeiros
presidentes da Academia das Ciências eram militares,
a saber: D. João Carlos de Bragança, 2.º duque de
Lafões, Marechal (Exército); o Infante D. Pedro
Carlos de Bourbon e Bragança, Almirante General
(Marinha); D. Miguel de Bragança, Comandante em
Chefe (Exército); o Príncipe D. Augusto, primeiro
marido da Rainha D. Maria II, Marechal (Exército); o
Rei D. Fernando, segundo marido da mesma Rainha,
Marechal-General (Exército). Igualmente, entre os
primeiros vice-presidentes, conta-se o Duque de
Saldanha, Mordomo-mor da Casa Real, Conselheiro de
Estado, par do Reino e Marechal (Exército). E de entre
os primeiros secretários, Francisco de Borja Garção
Stockler, Barão da Vila Praia, Tenente-General, e João
Guilherme Christianno Müller, Capitão-de-Fragata.
Durante o séc. XIX assiste-se a uma especialização
cada vez maior do conhecimento e a uma importância
crescente da formação académica, muitas vezes
ministrada nas academias militares. Com frequência
os militares assumiram cargos nas academias, escolas
politécnicas e sociedades então constituídas (Escola
Politécnica de Lisboa, Academia Politécnica do
Porto, Sociedade Real Marítima, Militar e Geográfica
para o Desenho, Gravura e Impressão de Cartas
Hidrográficas, Geográficas e Militares), com destaque
para as academias reais militares, fundadas em finais
do séc. XVIII - Academia Real de Marinha (1779),
Academia Real de Fortificação, Artilharia e Desenho
(1790), precursora da Escola do Exército (1837) e
da atual Academia Militar. As academias militares
bem como a Academia das Ciências de Lisboa vêm
responder às necessidades do ensino e investigação em
UMA VISÃO DA HISTÓRIA
áreas científicas que no passado estavam centradas na
Universidade de Coimbra.
A presença marcante de professores militares
entre os efetivos da Academia das Ciências de
Lisboa corresponde também à legitimação de um
saber técnico-científico fortemente marcado pela
especialização e por uma componente prática,
que terá no laboratório e no ensaio técnico a sua
fundamentação e que mais tarde encontrará nas
expedições científicas de finais do séc. XIX um campo
de trabalho privilegiado.
Duas classes profissionais vão assumir relevo
no panorama social e académico dos séculos XIX
e XX, com expressão nos quadros da Academia –
os engenheiros e os médicos - com forte ligação
ao meio militar. Ambos estarão ligados a eventos
da maior relevância na Academia das Ciências e a
funções técnico-científicas que hoje designaríamos de
consultadoria de apoio ao Estado , designadamente nos
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domínios da cartografia, da topografia, da engenharia
civil e obras públicas e, noutro plano, da Saúde. Na
área da Engenharia, cabe referir os nomes de Pedro
de Sousa Folque (1744-1848), Brigadeiro do Corpo de
Engenheiros, e seu filho Filipe Folque (1800-1874), Capitão
do Corpo de Engenheiros e sócio da Academia, José Cordeiro
Feio (1787-1884) e Francisco António Ciera (1763-1814).
Fachada da Academia Militar – Paço da Rainha, Lisboa
(Fonte: Twitter/Câmara Municipal de Lisboa)
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