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Cultura & Lazer .45


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            “









                       A grandeza e a

            humildade de Marcelino

            marcavam quem com ele

            privasse.”





            Terminada a mesma, com o secretismo de termos que
            a situação impunha, pouco depois recebe novo louvor
            do Comandante-Chefe das Forças Armadas da Guiné
            (CCFAG), General António de Spínola, que exalta
            a sua participação “no decorrer de uma operação
            excecionalmente difícil e em que, face ao aparecimento
            de situações imprevisíveis, pôs à prova as suas
            invulgares qualidades de decisão, de desembaraço e de
            inultrapassável espírito de missão – tendo morrido em
            combate, pouco depois do assalto a um aquartelamento
            inimigo, o comandante do Grupo que desencadeara a
            ação [o Alferes Ferreira] –, foi o Sargento Marcelino
            quem assumiu o comando das Forças executantes”.
               Em 1 de setembro de 1971, é colocado no Centro
            de Operações Especiais do Comando-Chefe das Forças
            Armadas da Guiné (COE/CCFAG)   e promovido a
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            Primeiro-Sargento. Neste período do COE, atua por
            toda a Guiné, com o seu Grupo de 20 homens, Os
            Vingadores, só guinéus e dependente do COE, sediados
            em Bissau, na Amura. Deste período, data a ação
            Karen (2 de novembro de 1971) onde “tendo o inimigo
            desencadeado um ataque de surpresa, reagiu pronta e        Em 26 de outubro de 1972, é colocado na 1.ª Com-
            decididamente, abatendo um adversário e obrigando os     panhia de Comandos Africanos. Logo em novembro,
            restantes a dispersar, conseguindo, com o seu admirável   durante a ação Rosário-II, “apesar de ter sofrido um
            sangue-frio, suster a natural desorientação dos seus     ferimento ligeiro [tiro nas costas], recusou-se a ser eva-
            homens”. Igualmente, a ação Rosário-I (outubro           cuado e contribuiu decididamente, com a sua indómita
            de 1972) onde “sendo o seu Grupo violentamente           coragem, para a debandada do inimigo e para a captura
            atacado à entrada de um acampamento, manteve-se          de volumoso material de guerra”.
            a peito descoberto debaixo de intenso fogo, fazendo        A 15 de janeiro de 1973, o Primeiro-Sargento de
            serenamente tiro certeiro, forçando dois adversários     Engenharia Rodo (82009960) Marcelino da Mata, da
            a fugirem, abandonando as armas, depois do que,          1.ª Companhia de Comandos Africanos, é graduado no
            reagrupando os seus homens, carregou sobre o objetivo    posto de Alferes nos termos do artigo 1.º do Decreto-
            com irresistível agressividade, abatendo, ele próprio,   -Lei n.º 149/70, de 1 de abril.
            mais dois elementos inimigos”.                             Em maio de 1973 participa na Operação Ametista



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