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Real, que tinha como finalidade aniquilar ou Karen e Rosário I e II) e, por proposta do ex-CCFAG,
desarticular a organização das Forças opositoras na General Spínola, é agraciado com a terceira Cruz de
região de Guidaje-Bigene. Uma grande operação do Guerra de 1.ª Classe.
Batalhão de Comandos da Guiné, comandado pelo Quando se deu o 25 de abril, estava no mato, na
Major de Cavalaria Comando João de Almeida Bruno fronteira com a Guiné-Conacri, a patrulhar a única
e envolvendo as suas três Companhias de Comandos base que o PAIGC, ainda, lá tinha. Quando chegou à
Africanos. Pela sua participação nesta operação, o Aldeia Formosa/Quebo, o segundo-comandante da
Alferes graduado Marcelino da Mata é louvado em Unidade local, BCaç 4513, Major de Infantaria Duar-
9 de junho de 1973, pelo CCFAG, General Spínola, te Dias Marques, perguntou-lhe de onde tinha vindo.
sendo condecorado com mais uma Cruz de Guerra, Respondeu “do mato”, tendo sido questionado “se não
esta de 3.ª Classe. sabia que a guerra tinha acabado”; ao que retorquiu
Em 22 de agosto de 1973, recebe louvor do Ministro “não, pois acabara de estar debaixo de fogo”. Marcelino
da Defesa Nacional (devido às anteriores Operações da Mata não acreditou, mas ao almoço ouve na rádio
que havia um cessar-fogo, suspensão da guerra para
conversações, tendo pensado “que era quando aquilo
estava quase ganho que iam suspender a guerra”.
Quando regressou a Bissau, tinha sido destacado
para Bula. Nos dias seguintes, atacou a base de
Candjafra, mas quando a 28 de abril regressou a Bula,
um seu soldado saltou do carro e deixou cair duas
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granadas de rocket, ficando sem os dois pés (vindo
depois a morrer) e Marcelino da Mata com mais de
100 estilhaços no corpo. Na sequência deste acidente,
foi evacuado para o Hospital Militar 241 - Bissau e
posteriormente para o continente, Hospital Militar
Principal - Estrela, no dia 2 de maio.
Será transferido para o Batalhão de Comandos
n.º 11 (Amadora), em setembro de 1974 e para o
Regimento de Comandos, em 1 de maio de 1975, onde
ministrou instrução de guerrilha urbana e guerra
convencional de cidades.
Em 18 de maio de 1975, foi detido no quartel do
Regimento de Artilharia de Lisboa (RALIS). No dia
seguinte, é colocado numa Chaimite e levado para o
Forte de Caxias, onde permaneceu, sem qualquer culpa
formada. Durante cinco meses, exilou-se em Espanha,
de onde voltou após o 25 de novembro, apresentando-
-se, novamente, no Regimento de Comandos.
Em 10 de dezembro de 1980, por despacho do
Chefe de Estado-Maior do Exército (CEME) e decisão
do Conselho da Revolução (CR), foi confirmado o seu
processo pendente de promoção por distinção a Alferes
do Serviço Geral do Exército (SGE), com antiguidade
reportada a 1 de agosto de 1973. A 18 de dezembro,
Fotografia da autoria de Alfredo Cunha por dois despachos do CEME e decisão do mesmo CR,
é promovido por diuturnidade, e, para todos os efeitos