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Instrução militar em áreas edificadas primeira vez que o MEAP foi utilizado numa missão
deste tipo.
Por enquanto a não inclusão da província de
Cabo Delgado na Mission Area - Área de Missão da
EUTM-MOZ condiciona a missão, em particular ao nível
da monitorização, em primeira linha, do emprego ope-
racional, do comportamento dos militares e da adequada
utilização e manutenção dos equipamentos distribuídos
às QRF treinadas e equipadas pela UE. Como forma de
mitigar este condicionamento, a EUTM-MOZ implemen-
tou um mecanismo de coordenação para gestão situacio-
nal provido por diversas organizações no terreno, tendo
em conta recolher informação, essencial para alimentar
a célula de gestão do conhecimento (Knowledge Manan-
gement). Para este desiderato muito têm contribuído as
atividades de Cooperação Civil Militar (CIMIC), com
várias instituições e organizações, assim como as ino-
O conceito de QRF ministrado pela EUTM-MOZ, vadoras reuniões de coordenação, designadas por “Five
como já referido, teve por base a experiência dos mili- Partners Coordination Meeting Extended ” , fomentadas
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tares portugueses nos teatros de operações do Afega- pela EUTM-MOZ, e que juntam mensalmente os prin-
nistão e República Centro-Africana e estruturalmente cipais representantes militares de países e organizações,
baseia-se em unidades de manobra (escalão Compa- que se constituem parceiras, com atividades militares
nhia) de tropas especiais, a que acresce um Estado- em Moçambique. Esta ligação com outras entidades é
-Maior com as valências de um Batalhão, uma equipa uma das linhas de operação da missão e que assenta no
TACP e um Destacamento de Apoio, constituindo uma conceito de integrated approach -abordagem integrada,
unidade de reação rápida com capacidade de planear, fundamental para relacionar as atividades civis e militares
executar e apoiar operações que se designam de pri- – envolvendo organizações internacionais, organizações
meira intervenção. Uma QRF define-se como uma não governamentais, autoridades locais, forças e serviços
força ligeira, com grande capacidade técnica e tática, de segurança e população local – procurando pontos de
flexibilidade de emprego e elevada prontidão, capaz de convergência, sempre em apoio às FADM e às autorida-
conduzir e participar em todo o tipo de operações . A des de Moçambique.
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mobilidade, a autonomia e o poder de fogo são caracte-
rísticas essenciais, podendo atuar isolada ou em con-
junto, por curtos períodos de tempo, em operações de
grande intensidade – é uma unidade para intervir em
situações de crises inesperadas, utilizada para desequi-
librar o combate.
O conceito descriminado acima foi o adotado pela
EUTM-MOZ, missão que integra 12 países , distribuí-
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dos por um Quartel-General (Maputo), dois campos
de treino (Katembe e Chimoio) e uma área de forma-
ção (Mavalane), com recurso, para exercícios finais, a
áreas militares em Boane e em Nacala. Além do treino,
espinha dorsal da missão, o fornecimento de equipa-
mento não-letal é a novidade em missões militares da
UE e constitui-se como critério de sucesso, pois foi a Instrução em Carreira de Tiro