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RecRutamento no exéRcito PoRtuguês – do condado Portucalense ao século xxi

do poder militar hispânico . Um instrumento que permitiu manter, durante
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uma centúria, uma hegemonia política e militar acima das próprias capacidades
económicas e logísticas do Estado. O tercio representava a elite do exército
hispânico, organizado à base de infantaria e com um sistema de recrutamento
assente no voluntariado, exclusivamente entre nacionais. O contingente
era constituído por um número variável de companhias, que foram 12 nos
primeiros tempos da sua existência e 15 no século XVII, com quantitativos totais
variáveis entre os 1500 e os 3000 homens, de acordo com as disponibilidades
de recrutamento . Só em situações de limite se recrutava por obrigatoriedade,
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constituindo as milícias municipais a reserva de recrutamento.
Relativamente ao armamento, com o aparecimento das armas de fogo, o
tercio passou a ser constituído por piqueiros, arcabuzeiros e mosqueteiros. Os
piqueiros, como tropa de choque, eram a infantaria pesada, ocupando na ordem
de batalha a zona central, dispostos em fileiras que, envolvendo o conjunto, se
destinavam a suster as cargas da cavalaria adversária e eram o elemento de
assalto final, a quem se pedia a decisão do combate através do choque. Para

combinar a ordem profunda com a utilização das armas de fogo, cada tercio
compreendia duas a quatro mangas de mosqueteiros e arcabuzeiros, geralmente
colocados nos ângulos dos quadrados. Deste modo, procurava-se suprir a falta
de mobilidade do dispositivo rentabilizando as valências das armas de fogo. Os
mosqueteiros, que inicialmente eram utilizados para colmatar as deficiências
da artilharia, incorporavam-se no dispositivo, utilizando a potência e o alcance
do seu fogo para fustigar o inimigo à distância; os arcabuzeiros, elementos de
maior prestígio, que constituíam uma espécie de infantaria ligeira, distinguida
pela flexibilidade de movimentos e eficiência do seu fogo, atuavam em apoio da
formação de piqueiros ou de forma individualizada .
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Assim, o êxito dos tercios baseou-se, a nível tático, no predomínio
da infantaria sobre a cavalaria, e técnico, na atuação conjunta de piqueiros,
arcabuzeiros e mosqueteiros, empregues cada qual com uma missão específica
e uma técnica diferente, mas com uma polivalência individual que os capacitava

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LAÍNEZ, Fernando Martínez; TOCA, José Maria Sanches – Tercios de España. La Infanteríe
Legendaria. 6ª edição. Madrid – México – Buenos Aires – San Juan – Miami, EDAF Antilhas:
outubro de 2007, p. 14.
23 CREASY, Eduardo S. – Las Batallas Decisivas en la Historia del Mundo. San Sebastián: J. Gibert
Editor, 1941, p. 450.
LAÍNEZ e TOCA, 2007, 75-88.
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