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12. A Guerra em África (1961-1974) – Recrutamento e Mobilização
das Tropas Portuguesas
Quantidade de militares presentes nas três frentes em 1973
angola guiné Moçambique totais
Exército 65.592 32 035 51 463 149 090
Marinha 1.707 1788 1610 5.105
Força Aérea 3300 1642 3859 8801
Totais 70 599 35 465 56 932 162 996
Considerações Finais
Na história militar de Portugal, o período entre 1961 e 1974 fica marcado
pelo extraordinário e inédito esforço de recrutamento e de mobilização de
milhares de militares para três frentes de guerra a distâncias intercontinentais.
Nunca em Portugal se tinha realizado um processo de recrutamento e de
mobilização militar desta dimensão. O aparelho beligerante português era
constituído essencialmente por militares do serviço militar obrigatório e o
Exército era o ramo onde essa realidade era mais notória, principalmente
nas unidades operacionais, em que 97% dos homens não eram militares
profissionais (do quadro permanente ou contratados). Os militares do Exército
representavam 92% do efetivo total empenhado e a maior parte destes estavam
no cumprimento do serviço militar obrigatório, sendo que em cada uma das
frentes a quantidade de praças representava cerca de 84,5 % do efetivo total,
enquanto os sargentos eram 11 % e os oficiais 4,5 %. Relativamente aos graduados
do Exército integrados nas unidades mobilizadas, a maior parte eram milicianos,
sendo que no caso dos sargentos estes representavam 90% do total da categoria
e, no caso dos oficiais cerca de 80%, valor que podia ser mais elevado no caso
das Companhias de Caçadores, de Artilharia e de Cavalaria, muitas sem nenhum
oficial do quadro permanente.
A Guiné era a frente que tinha menos efetivos, mas era a que registava
a maior percentagem de militares integrados em unidades de combate (68%)
enquanto em Angola essa percentagem era de 57% e em Moçambique 55%. Em
Angola e em Moçambique o Exército tinha cerca de 27% a 30 % dos militares
empenhados no apoio logístico e cerca de 16 % em unidades de apoio de
combate, mas na Guiné a situação era muito diferente, havendo apenas 19,8 %
dos homens no apoio logístico e 12,1% no apoio de combate.
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