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RecRutamento no exéRcito PoRtuguês – do condado Portucalense ao século xxi
dos órgãos de execução do serviço, distritos de recrutamento e mobilização
(DRM), juntas de recrutamento e hospitalares de inspeção, por delegação do
Ajudante-General.
No âmbito dos processos de classificação e da seleção, identifica-se o
ano de 1936 para o início da aplicação dos princípios da psicologia científica,
associada à orientação profissional, para o seu emprego na seleção dos cidadãos
para a prestação de serviço militar .
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Na sequência, em 1943, inicia-se a primeira aplicação das provas
sensoriais e testes de papel e lápis a recrutas na Escola Prática de Infantaria
e em 1950 criou-se o Grupo de Companhias Trem-Auto, com quarenta
Laboratórios Psicotécnicos Móveis . Em 1960 é criado o Centro de Estudos
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Psicotécnicos do Exército e do trabalho que entretanto produziu, resultaram
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os primeiros testes para aplicação à recruta de 1964. Até 1961 a classificação
dos mancebos era efetuada por juntas de recrutamento (JR) fixas, localizadas
em Unidades Militares e nos DRM. A partir de 1962, estas Juntas tornam-se
itinerantes e tinham como principal atribuição a de examinarem os mancebos
do ponto de vista médico. Em 1973 voltam novamente a ser fixas, sendo
que a partir de 1974 são reforçadas com as primeiras equipas psicotécnicas,
para a realização de testes de laboratório e de papel e lápis, que permitiam a
atribuição de especialidades militares ao contingente apurado.
Neste enquadramento, torna-se interessante evidenciar o funcionamento
das juntas de recrutamento itinerantes, que saíam do DRM para um
determinado concelho de destino. Após a instalação, geralmente num Quartel
dos Bombeiros, o secretário da junta, dirigia-se à Câmara Municipal para receber
a denominada “carta de prego”, que era constituída por um envelope selado
com as indicações dos locais onde no dia seguinte se iriam realizar as inspeções
aos mancebos (o dia de “ir às sortes”), garantindo deste modo o indispensável
sigilo e a concretização do procedimento de não afetar, em permanência, a
atuação destas JR aos mesmos Concelhos (Lopes, 2005, p. 84).
6 LOPES, N.B. – História do Centro de Classificação e Seleção do Porto (100 anos de história), 2005.
7 https://assets.exercito.pt/SiteAssets/CPAE/CPAE_JE_24OUT14%20(com%20altera%C3%A7%C3%
B5es%20propostas)(sem%20visualiza%C3%A7%C3%A3o%20de%20altera%C3%A7%C3%B5es).pdf
8 Portaria n.º 17971 (26 de setembro de 1960).
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