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13. O Recrutamento no Portugal Democrático

                     Os dezanove DRM existentes (dezasseis no continente, dois nos Açores e
               um na Madeira) identificados até aqui por um número, passaram a designar-se
               pelo nome da localidade na qual se encontravam instalados. Neste contexto, é
               de notar que apenas com o despacho nº 103/87 do então general CEME, Mário
               Firmino Miguel, de 15 de julho, a DSP vê definidas a sua missão, estrutura e
               atribuições. Assim, atribuiu-se a esta Direção a missão de obter e administrar o
               pessoal militar e civil do Exército, de acordo com as diretivas, planos e ordens
               superiores.

                     A administração do pessoal abrangia oficiais – com exceção dos oficiais
               generais – sargentos e praças dos QP, oficiais e sargentos de complemento e
               praças,  qualquer  que  fosse  a  sua  situação  militar,  assim  como  os  indivíduos
               pertencentes aos quadros do pessoal civil e do pessoal militarizado do Exército.

                     A  sua  estrutura  orgânica  integrava  uma  repartição  de  oficiais,  uma
               repartição de sargentos, uma repartição de praças, uma repartição de pessoal
               civil,  uma  repartição  de  recrutamento  e  uma  repartição  geral.  Das  suas
               atribuições destacam-se as de acionar o recrutamento anual do pessoal militar
               e a admissão de pessoal civil, bem como o de acionar os assuntos respeitantes
               à  administração  do  pessoal,  nomeadamente  os  relativos  à  classificação  e
               reclassificação e às operações de convocação e de mobilização de pessoal.
                     De acordo com alguns autores, em 1975 nada, para além da pertença
               à  OTAN,  ligava  Portugal  aos  interesses  mais  profundos  e  mais  discutidos  na
               Europa. Portugal era, não só geográfica, mas, também geopoliticamente, um
               Estado periférico.
                     É referido igualmente que, tomando os anos de 1974 e 1986 como tempo
               de análise, se verifica que nem as Forças Armadas, enquanto tiveram desempenho
               na cena política nacional, nem o poder político foram capazes de proceder a
               uma verdadeira reforma estruturante dos seus quadros e missões. Este facto
               motivou uma acumulação de problemas, principalmente centrados na evolução
               das carreiras de todos os graduados que fizeram a guerra em África. Portugal
               desmobilizou  as  praças,  reduziu  os  efetivos  a  valores  administrativamente
               aceitáveis, mas não reformulou a dimensão dos quadros .
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               22  FRAGA, L. – Os tipos de Serviço Miliar em Portugal e os Orçamentos. Repositório da UAL, Lisboa
               (2000),  p.  6.  Disponível  em:  https://repositorio.ual.pt/bitstream/11144/528/1/Os%20Tipos%20
               de%20Servi%c3%a7o%20Militar%20em%20Portugal%20e%20os%20Or%c3%a7amentos.pdf
               [Acedido em 10 de junho de 2020].
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