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                 Podemos constatar que existem, também,        armas de fogo, embora o objetivo do desporto
            cada vez mais civis, militares e polícias com co-  não seja preparar polícias ou militares para com-
            nhecimento deste desporto, o que faz com que o     bates armados.
            número de praticantes aumente.                          Apesar de tudo isso, na minha opinião, o tiro

                 Neste momento, devem existir perto de 400     prático pode ser uma excelente ferramenta para
            atiradores de IPSC em Portugal, onde a maioria     um treino mais completo, eficaz e, volto a referir,
            são civis.                                         um treino bastante realista.

                 Os militares e polícias, também com a sua          Sempre que contato com militares ou polí-
            quota, normalmente, conseguem os melhores          cias noto que existem algumas limitações no trei-
            resultados no panorama nacional.                   no com as armas de fogo, dado que o treino que
                                                               costumam fazer não é realista e não os preparam
            Relação do IPSC com o treino militar               para a realidade dos novos contextos operacio-
                                                               nais.
                 O IPSC começou por ser um treino para as
            forças especiais, mas rapidamente se tornou um          Note-se que, em todo o mundo, os milita-
            desporto praticado em todo o mundo. A base, re-    res e, principalmente as equipas de tiro, estão a
            gras e especificações deste desporto foram pen-    evoluir bastante devido à prática do IPSC e isso
            sadas de modo a que se conseguisse relacionar      faz com que se projete uma imagem positiva no
            diretamente com a realidade operacional.           que diz respeito à evolução das suas habilidades
                                                               aquando do uso das armas de fogo.
                 Hoje em dia, faz-se questão de não misturar
            os dois mundos para o bem do desporto, embora           Não tenho a menor dúvida que a prática do
            não possa negar que é uma excelente ferramen-      IPSC constitui uma grande ferramenta para a
            ta para treinar polícias e militares no que ao à   evolução no tiro de todos os militares e polícias.
            vontade no manuseio da arma diz respeito.

                 Além dos aspetos técnicos, este desporto
            proporciona ao atirador um aumento da confian-
            ça, da segurança no manuseio da arma de fogo,
            autodisciplina, uma maior precisão em cenários
            de stress, diminui o efeito túnel envolvido no tiro,
            entre outros aspetos.

                 Não consigo encontrar nenhum aspeto me-
            nos positivo desta disciplina no que toca a um
            futuro treino para militares.
                 Ao contrário do tiro de precisão, esta moda-
            lidade tem uma ligação direta e realista ao que
            pode acontecer num cenário de combate com
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