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12. A Guerra em África (1961-1974) – Recrutamento e Mobilização
das Tropas Portuguesas
saídos legalmente de Portugal. Os dados dizem respeito a homens e mulheres,
mas sabemos que 55% a 60 % eram do sexo masculino e que 10% a 13 % estavam
em idade de cumprir o serviço militar. Além destes dados oficiais, admitimos
que as saídas ilegais para a França eram na realidade em maior quantidade,
sobretudo de homens.
emigração Ilegal para França emigração legal total para diversos
ano destinos
(Quantidade de pessoas) (Quantidade de pessoas)
1961 1270 33.526
1962 4671 33.539
1963 14.451 39.519
1964 30.636 55.646
1965 27.918 89.056
1966 12.595 120.239
1967 13.778 92.502
1968 23.697 80.452
1969 83.371 70.165
1970 106.907 66.360
1971 100.797 50.400
Entre a extraordinária quantidade de pessoas que emigraram para
diferentes destinos durante o período da guerra, que ascendeu a um milhão
e quinhentos mil, cerca de 200 mil eram homens em idade militar, que assim
não cumpriram o serviço militar obrigatório. A percentagem média de faltosos
durante a guerra foi de 17,7 %, mas foi aumentando e na década de 1970 cerca de
20% dos jovens que se deveriam apresentar à inspeção já não se encontrava em
Portugal. A quantidade dos que ficavam inaptos ou que adiavam a incorporação
por causa dos estudos (em cursos superiores) era considerável, sendo cerca de 8
% dos recenseados na década de 1970.
A título de exemplo, em 1964 ficaram livres ou adiaram a incorporação
13,1 % dos recenseados (11.394 homens) e em 1968 este efetivo foi de 7364
homens (7,7 % dos recenseados). Depois de 1965, verificou-se uma diminuição
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