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RecRutamento no exéRcito PoRtuguês – do condado Portucalense ao século xxi
dos “não apurados” porque deixou de ser exigida a altura mínima de 1,5
metros, mas no grupo dos “inaptos” e dos que adiavam a incorporação, houve
sempre casos fraudulentos, de jovens que tinham a possibilidade de iludir o
sistema através da designada “cunha” para ficarem livres da tropa. Em média,
a percentagem de mancebos do Exército que adiaram a incorporação por causa
dos estudos (ensino superior) reduziu entre 1961 e 1966 mas subiu depois de
1968, atingindo aproximadamente 4% a 5% do contingente de cada ano (3000 a
3800 homens em cada ano), sendo que como este grupo era destinado ao curso
de oficiais milicianos (COM), tal condição também contribuía para um déficit
de oficiais, o que em alguns anos motivou a necessidade de se recorrer aos
formandos do curso de sargentos milicianos (CSM) para frequentarem o COM.
Dados sobre o Recenseamento, o resultado da Inspeção para o Exército no Continente, Açores e
Madeira e o efetivo total incorporado.
ano Recenseados Faltosos apurados Incorporados
1961 75.366 8722 11,6 % 48.832 64,8% sem dados
1962 79.357 10.211 12,8 % 57.073 72 % sem dados
1963 85.410 13.328 15,6 % 59.676 69,8 % 54.039
1964 86.977 14.357 16,5 % 61.249 70,4 % 57.390
1965 90.289 16.972 18,8 % 64.805 71,7 % 48.759
1966 87.506 16.008 18,4 % 63.342 72,3 % 57.569
1967 86.065 16.512 19,2 % 62.017 72,6 % 63.156
1968 95.634 17.838 18,6 % 70.504 73,7 % 62.059
1969 92.000 18.032 19,6 % 67.160 73% 69.958
1970 88.693 18.554 20,9 % 63.996 71,5 % 63.781
1971 91.363 15.644 20,3 % 65.746 72 % 61.487
1972 92.613 18.841 20,3 % 66.681 72 % 61.086
A tabela anterior apresenta a totalidade dos homens incorporados (praças
e graduados milicianos) e foi elaborada com base nos dados estatísticos e outros
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5 Arquivo Histórico Militar (AHM) – FO/007/B caixa 35.
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