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(1961-1974) – ReCRUtaMeNto
e mobIlIzação das tropas
portuguesas
Pedro Marquês de Sousa 1
Durante o período da guerra em África (1961-1974) foram empenhados
nas três frentes cerca de 800.000 militares portugueses, dos quais 75% eram
oriundos de Portugal continental, Açores e Madeira e 25% eram do recrutamento
local (Angola, Guiné e Moçambique).
As forças militares portuguesas eram constituídas essencialmente por
militares do serviço militar obrigatório, sendo que no Exército essa realidade
era bastante mais expressiva, representando 92% do total do pessoal, na Força
Aérea era de 5% e na Marinha de 3%. Na fase final do conflito, as Força Armadas
tinham cerca de 163.000 militares destacados no Ultramar, algo que nunca tinha
sucedido na história de Portugal. Em 1973, estavam empenhados 70.599 homens
em Angola, 35.465 na Guiné e 56.932 em Moçambique, dos quais 149.090 eram
do Exército, 8801 da Força Aérea e 5105 da Marinha.
Os jovens mobilizados no cumprimento do serviço militar obrigatório
eram recrutados inicialmente nos termos da Lei do Recrutamento e Serviço
Militar de 1937 (Lei nº 1961 de 1 de setembro de 1937) com as alterações
introduzidas pela Lei nº 2034 de 18 de julho de 1949 e pelo Decreto-Lei nº
38918 de 18 de setembro de 1952. Depois de 1968, entrou em vigor a nova Lei
nº 2135 de 11 de junho de 1968 que, devido à guerra, aumentou o universo
de recrutamento dos homens e, pela primeira vez, previa a possibilidade de as
Tenente-Coronel do Exército. E-mail: msousa86@hotmail.com
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