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SEMINÁRIO GESTÃO DE CARREIRA




               (ii)  Oportunidade: estar apto a procurar e usar informação de carreira rele-
                   vante e que vai encontro das necessidades de cada um. Tomar bem uma
                   decisão de carreira implica conhecer, de forma aprofundada, a infor-
                   mação disponível acerca das diversas oportunidades de carreira exis-
                   tentes. A exploração das diferentes opções possibilita determinar o po-
                   tencial de cada opção em ir ao encontro da sua identidade vocacional;
               (iii) Adaptação: a tomada de decisão resulta da conjugação da informação so-
                   bre si e da informação disponível sobre as várias opções de carreira, ten-
                   do em conta os níveis de risco, bem como as probabilidades antecipadas
                   de sucesso e graus de satisfação associados a cada decisão. O delinea-
                   mento e implementação de planos de ação visa ajudar a adquirir controlo
                   sobre a carreira através da conversão das aspirações em resultados;

               (iv)  Dimensionalidade: em termos temporais importa apoiar a pessoa a
                   rever o passado, compreender o presente e preparar o futuro da sua
                   carreira, de forma cíclica ao longo da vida. Em termos espaciais, os di-
                   ferentes  sistemas  e  contextos  em  que  a  pessoa  se  insere  devem  ser
                   considerados, dado que possuem fronteiras permeáveis entre si e, nes-
                   se sentido, influenciam-se mutuamente, afetando o estilo de vida que
                   se deseja alcançar;

               (v)  Acaso, imprevisibilidade e instabilidade: consciencialização de que a
                   imprevisibilidade, a instabilidade e ambiguidade são, cada vez mais, a
                   norma nas carreiras contemporâneas, devido à dificuldade em predizer
                   e controlar o que acontece no mundo do trabalho;
               (vi) Agência e comunhão: A agência caracteriza-se pela autonomia, inde-
                   pendência, iniciativa e adaptação, implicando que as pessoas assumam
                   a responsabilidade pelo seu próprio desenvolvimento. A comunhão ca-
                   racteriza-se pelas conexões, relações, utilidade, tolerância e confiança
                   e implica que as pessoas encontrem formas de trabalhar, umas com as
                   outras, tendo em vista o bem comum. Assim, a agência imprime dire-
                   ção e motivação ao comportamento de carreira, ajudando a criar visão
                   e a desenvolver objetivos de longo prazo, enquanto a comunhão pro-
                   porciona uma plataforma de apoio mútuo e de aprendizagem coletiva
                   através da qual se podem prosseguir visões partilhadas (Bakan, 1966;
                   Marshall, 1898).


               Estas dimensões quando tidas em consideração de forma sistemática e re-
               cursiva, e integradas num plano de gestão de carreira, aumentam a pro-





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