Page 46 -
P. 46

SEMINÁRIO GESTÃO DE CARREIRA




               carreira (aconselhamento online, chats) e também são usadas para cons-
               truir comunidades de aprendizagem.
                 Para além das diferentes finalidades, o estatuto que as tecnologias as-
               sumem nas intervenções também podem ser variados (Barnes et al., 2010;
               Bimrose  et  al.,  2015;  Sampson  &  Makela,  2014;  Urdzina-Merca  &  Dislere,
               2018). As tecnologias, quer sejam um recurso de intervenção, uma ferra-
               menta de comunicação ou um meio de aprendizagem vocacional, podem
               ser para uso autoadministrado ou integradas num sistema mais amplo com
               apoio de um Psicólogo.
                 Todas estas diferentes configurações tornam por vezes difíceis conclu-
               sões acerca da eficácia das intervenções com uso de tecnologias (Pordelan
               & Hosseinian, 2020). Ainda assim, parece haver, ao longo dos anos, algum
               consenso de que intervenções dirigidas por profissionais (em presença ou a
               distância) parecem produzir maior eficácia comparativamente a interven-
               ções  autodirigidas  (Herman,  2010;  Ball,  1990;  Zainudin  et  al.,  2020;  Niles
               & Harris-Bowlsbey, 2013). Alguns autores, têm-se interessado em explicar
               estes resultados referindo como principais motivos que reforçam a prefe-
               rência por intervenções com o apoio de um profissional: a dificuldade em
               localizar e usar informações relevantes na tomada de decisão de carreira
               de forma autónoma; as dificuldades tecnológicas e digitais no uso dos pro-
               gramas assistidos por computador; as dificuldades na escolha de aplicações
               tecnológicas adaptadas às suas necessidades, bem como, a baixa prontidão
               de carreira de alguns clientes (e.g., Savard et al., 2002; Krumboltz & Win-
               zelberg, 1997; Gati & Asulin-Peretz, 2011; Vuorinen et al., 2011; Sampson &
               Makela, 2014; Pordelan et al., 2018;  Nota et al., 2016; Coyer et al., 2018; Se-
               very, 2008, Galliott, 2017;  Ardi, 2019).
                 Ainda que seja necessária mais investigação a  este respeito, e sobretudo
               que incida nos ingredientes críticos que podem garantir a qualidade das
               intervenções com recurso a tecnologias (Pordelan et al., 2018; Pordelan &
               Hosseinian, 2020; Richards & Vigano, 2013; Nota et al., 2016; Whiston et
               al.,  2017), os seus benefícios também são apontados na literatura como
               inultrapassáveis, nomeadamente, os que se prendem com acessibilidade,
               celeridade de alguns processos, fomento da comunicação e exploração de
               carreira (Galliott, 2017; Cackett, 2018; Hooley et al., 2016; Sampson et al.,
               2019; Tanrikulu, 2009).
                 Estes benefícios garantem a continuidade no uso destes recursos, ainda
               que seja importante considerar alguns desafios que a literatura aponta, bem
               como, as formas de os superar garantindo a qualidade das respostas.







                                             46
   41   42   43   44   45   46   47   48   49   50   51