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A TRANSFORMAÇÃO DIGITAL E OS NOVOS DESAFIOS DA GESTÃO DE CARREIRA
escolher ou desenvolver sistemas que favoreçam visões desatualizadas e
pouco úteis da intervenção de carreira. Conhecer bem e integrar as teorias
vocacionais e do desenvolvimento de carreira e os modelos mais atuais de
intervenção na carreira, assim como, a teoria e usos das tecnologias da In-
formação e comunicação neste domínio.
Para além disso deverão manter uma atitude reflexiva e pautada por pa-
drões éticos que permitam lidar com questões como por exemplo: Como
promover a aliança terapêutica, ou outros ingredientes críticos identifica-
dos nas intervenções de carreira presenciais, em intervenções a distância,
ou com recurso a tecnologias? Que recursos de informação (sites, plata-
formas) devo considerar? Como posso avaliar a sua qualidade e a qualidade
dos recursos (informação, avaliação) que proporcionam? Como fazer a ava-
liação psicológica de carreira dos clientes? Que instrumentos usar e como
os usar?
A respeito desta última questão, cabe lembrar que o Código Deontoló-
gico da Ordem dos Psicólogos Portugueses refere que “Os/as psicólogos/
as utilizam instrumentos de avaliação que foram objeto de investigação cien-
tífica prévia fundamentada, e que incluem estudos psicométricos relativos à
validade e fiabilidade dos seus resultados com pessoas de populações especí-
ficas examinadas com esses instrumentos“ e que “os materiais e protocolos
de avaliação, incluindo manuais, itens, sistemas de cotação e interpretação,
não são disponibilizados aos clientes ou a outros profissionais não qualifica-
dos. Os/as psicólogos/as asseguram a protecção e segurança dos materiais
de avaliação, prevenindo a sua divulgação para o domínio público” (DR, 2021,
pp. 112). Como tal, a participação dos profissionais deve de facto ser refle-
xiva e interventiva, quer no desenvolvimento destas respostas tecnológi-
cas de apoio à gestão pessoal de carreira, evitando proporcionar recursos
inadequados e que violam este código deontológico, quer na seleção das
ferramentas quer nos métodos das suas intervenções de carreira.
Neste processo, pode ser importante investir em formação que per-
mitam conhecer e considerar critérios de avaliação da qualidade das res-
postas de intervenção de carreira com uso de tecnologias, bem como, as
Associações e Entidades com responsabilidade no domínio investirem no
desenvolvimento e atualização destes critérios.
A este respeito, em 1985, a Associação dos Sistemas Apoiados por Com-
putador norte-americana (ACSCI – Association of Computer-Based Sys-
tems for Career Information), apresentou uma listagem detalhada de vários
aspetos a ter em conta na avaliação da qualidade destas respostas tecnoló-
gicas. Mais tarde em 1992, com última atualização em 2009, a mesma Asso-
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