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2. O Recrutamento Militar Entre o Final
                  da Reconquista e as Vésperas de Ceuta (1249-1415)

               nos períodos de guerra civil ou de guerra com Castela, era também necessário
               assegurar a defesa das fortalezas do reino – em particular das que se encontravam
               nas  proximidades  da  fronteira  –,  e  garantir  efectivos  para  a  mobilização  de
               outros exércitos, designadamente dos que eram colocados sob as ordens dos
               fronteiros  e  fronteiros-mores,  ou,  pura  e  simplesmente,  para  poder  renovar
               as  forças  envolvidas  em  campanha,  nomeadamente  nas  operações  de  cerco
               que, frequentemente, se arrastavam muito para além do previsto. E se a tudo
               isto somarmos as isenções do serviço de hoste ou mesmo da posse de armas
               e  cavalos  concedidas  a  inúmeros  indivíduos,  grupos  socio-profissionais,  ou
               localidades, entre muitos outros tipos de dispensas, rapidamente se percebem
               as limitações da Coroa portuguesa e a impossibilidade de reunir exércitos de
               dimensão superior aos 10.000 combatentes.
                     No  entanto,  muito  excepcionalmente  e  quando  se  reuniam  condições
               ideais  –  o  que  era  raro  –,  a  monarquia  conseguia  congregar  um  número  de
               efectivos ainda superior, como se viu aquando da campanha de Ceuta, em 1415.








































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