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2. O Recrutamento Militar Entre o Final
da Reconquista e as Vésperas de Ceuta (1249-1415)

fornecidos, sobretudo, pelos concelhos, mas também por outras forças e
combatentes auxiliares, que constituiriam o seu sector mais numeroso” .
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em Jeito de Balanço: a Dimensão das Hostes Régias
Portuguesas

Em resultado, por um lado, dos silêncios de algumas fontes e, por outro,
da imprecisão e falta de rigor de outras, torna-se praticamente impossível
contabilizar com precisão o número de efectivos mobilizados para campanha
pela Coroa portuguesa, entre meados do século XIII e inícios do século XV.
Ainda assim, é possível, se bem que com uma considerável margem de erro,
reconstituir a dimensão de algumas das hostes reunidas durante esse período.
Assim, em 1281, no contexto dos conflitos com o seu irmão D. Afonso, D. Dinis
terá cercado a praça-forte de Castelo de Vide ao comando de aproximadamente
3000 homens, sobretudo contingentes disponibilizados pelas milícias concelhias;
para a campanha de 1296, no âmbito do envolvimento português e aragonês na
guerra civil castelhana, o mesmo rei terá congregado um efetivo que integrava
1000-1500 cavaleiros e 2000-4500 peões; enquanto para o cerco de Portalegre,
em 1299, o terceiro e derradeiro conflito com o seu irmão, terá contado com um
efetivo de cerca de 5000 combatentes; para a cavalgada lançada sobre a região
de Badajoz, o primeiro episódio da guerra luso-castelhana de 1336-1338, Afonso
IV tinha às suas ordens uma hoste formada por 2000 lanças e uns 5000 peões – e
recorde-se que, por essa altura e sob o comando do conde D. Pedro, um outro
exército, cuja dimensão desconhecemos, avançava sobre a Galiza –; ao passo
que para a campanha do Salado, em 1340, reuniu, no curto espaço de tempo

de menos de dois meses, uma força composta por 1000 cavaleiros e 2000-
-3000 peões . Como facilmente se observa, estamos em presença de exércitos
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com uma dimensão relativamente modesta, o que se percebe em função das
circunstâncias, pois nem o nível de ameaça, nem os objectivos estratégicos
dessas hostes – operações de desgaste e cercos a fortalezas de pequena e média
dimensão – exigiam um número demasiado elevado de combatentes.
Cenário algo diferente foi o que se verificou durante os reinados de D.
Fernando e, sobretudo, de D. João I, quando esses dois pressupostos se alteraram
substancialmente, exigindo, portanto, exércitos mais volumosos. Assim, em

133 MARTINS, 2018, p. 334.
MARTINS, 2014, pp. 365-366.
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