Page 120 - recrutamento
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RecRutamento no exéRcito PoRtuguês – do condado Portucalense ao século xxi
régio se ia definindo em cargos de comando: o condestável e o marechal ,
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desde o reinado de D. Fernando, respectivamente primeira e segunda figuras
da hoste, com funções de comando, de justiça e de logística, cargos esses que
prosseguem em mãos de famílias nobres proeminentes (o lugar de condestável
tendencialmente na família ducal de Bragança, descendente de Nun’Álvares
Pereira, enquanto que o lugar de marechal se mantém entre os Coutinho );
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o alferes-mor , que deixa os antigos serviços de chefia em nome do rei para
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assumir, enquanto porta-estandarte, funções de carácter simbólico e de prestígio
(basta lembrar o ilustre episódio de Duarte de Almeida, decepado na Batalha de
Toro de 1476); o adail , que na coluna de marcha servia como olhos e ouvidos
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do exército em trânsito; e porque se tratava de um século de desenvolvimento
da pirobalística, não podemos deixar de mencionar o vedor-mor da artilharia,
surgido durante a regência do infante D. Pedro (década de 1440), com a
nomeação de Álvaro de Brito (servira no ducado da Borgonha, onde tanto se
apostava no desenvolvimento das armas de fogo), a quem cabia identificar as
peças da Coroa extraviadas, requisitar meios para transporte terrestre e fluvial,
mobilizar oficiais para servir na artilharia e pagar aos bombardeiros .
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a hoste régia portuguesa no século XV
campanhas Número de combatentes (aproximado)
Ceuta (1415) 15 000
Tânger (1437) 8000
Alfarrobeira (1449) 16 000
Alcácer-Ceguer (1458) 20 000
Arzila e Tânger (1471) 20 000
Guerra da Sucessão de Castela (1475) 19 600
Ordenações Afonsinas. Nota de apresentação de Mário Júlio de Almeida Costa. Nota textológica
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de Eduardo Borges Nunes. 2ª ed. Livro I, título LII. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1998,
pp. 306-615.
45 Ibidem. Livro I, título LIII, pp. 319-328.
46 MONTEIRO, João Gouveia – História Militar de Portugal, p. 173.
47 IDEM – Ibidem, p. 217.
48 Ordenações Afonsinas. Livro I. Título LXV, pp. 387-394.
49 MONTEIRO, João Gouveia – História Militar de Portugal, pp. 174-175.
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