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3. Entre a Hispânia e o Norte de África (1415-1495)
Os roubos e as violações também eram crimes recorrentes entre estes
indivíduos. Veja-se o caso do perdão concedido em 1456 a Lopo Alvares,
morador em Arronches, que havia um ano que fora acusado do furto de um
cavalo a um seu conterrâneo e de ter “forçado uma moça”, filha de um Gomes
Eanes, também natural da mesma vila. Ao abrigo do perdão geral lançado pelo
monarca este Lopo Alvares pedira para servir em Ceuta, tendo visto a sua pena
ser comutada em três anos de serviço militar na praça.
Não menos escandaloso foi o motivo da carta de perdão passada anos
depois, em 1464. Aí o rei passou carta de perdão a um João da Mata, criado
do conde de Monsanto, por ter integrado a expedição a Marrocos conduzida
por D. Afonso V naquele ano. Neste caso, o individuo fora acusado de praticar
“sodomia” com certos mouros e de que “alcouveitava christãaos com que
dormir”, pelo que fugira das justiças até servir naquela armada, tendo obtido do
rei o perdão da sua pena .
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119 ANTT, Chancelaria de D. Afonso V, liv. 8, fl. 189v, doc. 5.
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