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Introdução – Recrutamento e Mobilização: uma perspetiva histórica

                     As novas missões desempenhadas pelas forças armadas, genericamente
               designadas de operações de apoio à paz são o resultado de uma maior integração
               de Portugal no seio da NATO e da integração na União Europeia, que obrigou a

               uma convergência da política de defesa nacional com a estratégia diplomática.
               O  maior  ativismo  de  Portugal  no  seio  internacional  tem  granjeado  à  Forças
               Armadas uma elevada reputação interna e externa, que tem conduzido o país
               de um simples consumidor de segurança internacional dos anos 1960-70 para
               um produtor de segurança ativo no atual contexto, que tem levado a posições
               de  liderança  em  operações  internacional  sob  a  égide  das  mais  importantes
               organizações internacionais.

                     Entendeu-se,  pois,  tratar  destes  assuntos,  tendo  sempre  em  vista
               o  recrutamento  e  mobilização,  numa  obra  de  treze  capítulos,  redigidos
               por  especialistas  nas  cronologias  em  apreço.  A  estrutura  obedece  a  uma
               periodização  que  nos  pareceu  facilitar  a  compreensão  do  tema,  mas  que
               corresponde, sobretudo, a uma convenção de conveniência. Normalmente não
               são  datas  ou  acontecimentos  em  particular  que  determinam  a  periodização
               e  a  transformação  dos  fenómenos  sociais.  Essa  transformação  decorre  de
               inúmeros  fatores  concorrentes  e,  normalmente,  a  visão  de  conjunto  que  os
               historiadores obtêm sobre os contextos é mais completa e abrangente do que
               os próprios protagonistas tiveram no seu tempo. Ainda assim, não foi propósito
               desta obra coletiva alcançar uma visão panorâmica e completa dos assuntos do
               recrutamento e mobilização ao longo de nove séculos de Portugal, mas tão-só
               reunir abordagens ao tema que seguissem um fio cronológico contínuo.
                     Deste  modo,  não  se  pretendeu  uniformizar  os  textos  nem  as  análises
               efetuadas por cada um dos autores, sendo da sua autoria e responsabilidade a
               metodologia e o enfoque dado ao tema em cada um dos períodos analisados. Esta
               história do recrutamento foi uma ideia do Exmo. Tenente General Comandante
               do Pessoal do Exército, ao qual agradecemos, que muito entusiasmou os seus
               coordenadores  e  autores,  por  ser  a  primeira  obra  que  trata  o  recrutamento
               e  a  mobilização  numa  perspetiva  histórica,  desde  a  fundação  de  Portugal  à
               atualidade. Queremos prestar também o nosso agradecimento à Fronteira do
               Caos,  pela  disponibilidade  em  trazer  a  obra  à  estampa  em  “tempo  record”,
               minimizando os efeitos dos normais atrasos de quem tem teve de dedicar tempo
               extra à escrita do seu contributo. A todos, o nosso bem hajam.






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