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RecRutamento no exéRcito PoRtuguês – do condado Portucalense ao século xxi

recorrer ao sorteio, a realizar em cada unidade, um mês antes do fim da recruta
por uma comissão composta por três oficiais.
A grande novidade deste novo sistema consistia no serviço antes
do alistamento que obrigava os mancebos dos dezassete aos vinte anos a
frequentarem, aos domingos, cursos de ginástica, exercícios militares e a praticar
equitação e tiro. Mas o objetivo era ainda mais abrangente já que se tratava de
“preparar, desde a infância, as gerações militares, dotando-as com a alma e o
saber preciso para bem desempenharem a missão que lhe incumbia”. Chamou-
-se a este processo a Instrução Militar Preparatória. A monarquia já tinha tentado
levantar este conceito, em 1907, muito focada na ideia da instrução de tiro e
da construção de carreiras de tiro que permitissem torná-lo numa atividade,
juntamente com a ginástica e exercícios militares, obrigatória para os indivíduos
com menos de vinte anos. As carreiras de tiro, secundadas pelo esforço da
família, do sacerdote e do professor, deveriam constituir-se em verdadeiros
centros militares para o culto das virtudes cívicas e guerreiras, desenvolvendo
entre a população os sentimentos de disciplina e de devoção cívica e a promover
o avigoramento da raça .
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Com a República, e em harmonia com as leis que regiam o ensino civil, o
objetivo era tornar obrigatória esta instrução militar preparatória e dividi-la em
dois graus: um primeiro aplicável aos mancebos desde os sete anos até aos 17;
um segundo aplicável desde os 17 até à idade do recrutamento e incorporação .
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A instrução militar preparatória constituiu-se numa das bases essenciais da nova
organização do exército e para isso foram criadas as sociedades de instrução
militar preparatória cujo propósito era constituírem-se em centros de educação
destinados a desenvolver e cimentar as altas virtudes cívicas, em que o novo
regime acreditava fundamentar-se o espírito militar de um povo e a fortalecer a
mocidade preparando-a para bem cumprir o seu dever militar .
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Processos
O recenseamento voltou a ser uma operação entregue à classe civil
na forma de comissões presididas pela autoridade municipal. Tudo o resto

70 OE nº11, de 1907, pp. 910-911.
71 OE nº12, de 1911, pp. 838-852.
72 OE n.º 5, de 1912, pp. 221-244.
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