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RecRutamento no exéRcito PoRtuguês – do condado Portucalense ao século xxi
serviço nas tropas territoriais, cuja missão era a guarda das localidades e outras
missões de natureza mais sedentária.
Nas tropas ativas a escola de recrutas variava das 15 às 30 semanas,
consoante a arma; o serviço permanente não poderia ter menos de um ano e as
escolas de repetição eram duas semanas em cada ano. Para as tropas de reserva
as escolas de repetição eram as mesmas duas semanas, mas apenas em dois
anos a designar. Para as tropas territoriais havia exercícios de quadros durante
uma semana.
Só se realizaram escolas de repetição em 1912 e 1913. Em 1914 o sistema
ainda não estava consolidado, pelo que o deflagrar do conflito no continente
europeu e a necessidade de enviar expedições para Angola e Moçambique foi
o suficiente para impedir as escolas de repetição durante todo o período que
durou a Grande Guerra, incluindo o ano de 1919.
A forma detalhada de convocação dos diferentes contingentes das tropas
ativas só foi publicada em 1915 , já depois de várias expedições para África
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mobilizarem mais de dez milhares de militares e quando já se dava início à
preparação militar da Divisão Auxiliar para França. O publicado na Ordem do
Exército n.º 12 desse ano veio estipular que assim que uma unidade recebesse
ordem de mobilização, todo o pessoal nela escriturado, quer pertencesse ao
seu quadro permanente ou fosse licenciado, quer pertencesse ao seu quadro
miliciano ou fosse incorporado simplesmente para efeitos de mobilização,
devia considerar-se individualmente nomeado para marchar. No caso dos cabos
e soldados, e de acordo com o escalão da unidade em causa , a mobilização
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começava pelos pertencentes à unidade – pela ordem de quadro permanente,
oferecidos da respetiva arma ou serviço, seguindo-se os licenciados (a começar
pelas classes mais modernas) – e depois de outras unidades semelhantes,
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pelo mesmo critério . Este regulamento diferenciava a mobilização ordinária
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– a exigida para as escolas de repetição – e a extraordinária, determinada pelo
poder legislativo ou, quando este não estivesse reunido, pelo governo quando
condições extraordinárias o exigissem.
74 OE n.º 1, de 1916, pp. 1-272.
75 O mais normal seriam companhias e batalhões.
76 O termo classe refere-se ao conjunto de recrutas que em cada ano são dados prontos da
instrução recebida durante a escola de recrutas.
77 OE n.º 12, de 1915, pp. 304-308.
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