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RecRutamento no exéRcito PoRtuguês – do condado Portucalense ao século xxi
estariam equipadas em tempo de paz a cerca de dois terços do efetivo total,
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conquanto na artilharia e na cavalaria o armamento devesse estar completo.
Depois de salientar a periculosidade que representa a longa fronteira
terrestre metropolitana em 5 Regiões Militares (4 Regiões Militares e o
Governo Militar de Lisboa), cada uma provendo uma divisão, com a aquisição
de armamento para 5 divisões. O objetivo seria dispor de armamento para
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5 divisões, num efetivo aproximado de 100.000 homens, e a possibilidade de
mobilizar mais 400.000 efetivos. O próprio autor responde à pergunta se
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tamanho número de efetivos são necessários para a defesa do país, e replica pela
positiva, ao salientar que “Portugal é, em primeiro lugar, um país continental”,
ao contrário da Grã-Bretanha que não precisa de um forte exército terrestre
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por ser uma nação insular, além de fortemente dependente do comércio.
Finalmente, Santos Costa propõe que este plano seja desenvolvido por um prazo
longo de cerca de 10 a 20 anos. 54
Apenso ao texto de F. Santos Costa, encontrava-se o Plano de
Rearmamento do Exército Metropolitano com a chancela do então Ministro da
Guerra Abílio Passos e Sousa. Interessa compará-lo com o de F. Santos Costa no
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que respeita à reorganização e rearmamento do Exército. Essa comparação teria
de algum modo sido igualmente feita por Salazar e explicaria o facto de ambos
os textos estarem apensos um ao outro. A. Passos e Sousa começa por salientar
a conveniência e a virtualidade de a força militar ser estruturada de acordo com
o princípio dos exércitos semipermanentes, combinando as virtuosidades das
forças milicianas e da mobilização demográfica de toda a massa masculina válida
da nação com as vantagens das forças permanentes, mantendo nas fileiras
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um mínimo de meios indispensáveis à instrução e à cobertura da fronteira.
O objetivo do plano de rearmamento é o de equipar o Exército com meios
indispensáveis ao cumprimento das duas missões essenciais, a instrução e a
50 Idem, ibidem, pp. 57-58. Note-se que o termo de comparação é com as unidades francesas.
51 CLNRF, 1988 p. 62.
52 CLNRF, 1988, pp. 61-62.
53 CLNRF, 1988, pp. 63-65.
54 CLNRF, 1988, p. 68.
55 CLNRF, 1988, Plano de Rearmamento do Exército Metropolitano com a chancela do então Ministro
da Guerra A. Passos e Sousa, Anexos, Nº 5, nota 1, p. 371.
56 CLNRF, 1988, p. 374.
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