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RecRutamento no exéRcito PoRtuguês – do condado Portucalense ao século xxi

            segurança interna.  O mesmo documento referia a necessidade de considerar
                             110
            o  equipamento  para  o  corpo  de  exército  dos  Pirenéus  tendo  em  conta  o
            material existente, visto não haver condições para conseguir o apetrechamento
            no exterior, visto que os acordos com a OTAN não o asseguravam, nem havia
            recursos financeiros para o adquirir.  Só havia garantias de reequipamento para
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            as duas divisões adstritas às forças da OTAN, ou seja às forças norte-americanas
            no  Sul  de  França,  justificando-se  por  isso  pensar  a  sua  orgânica  próxima  da
            existente nas forças do US Army    organizaç      americano
              incompleta.     model  norte-americ  er  muit  valorizado  por
                           112
            resultav    e    guerr  r          estav
              muit  arredados.     pr    reorganizaç  er  suport
                                113
            progr  Mutual Assistance Advisory Group (MAAG) desde 1950. 114
                  Em 1952 falhara o objetivo de criar uma divisão completa até ao final do
            ano. Os problemas adensavam-se porque derivado da vontade do Ministro da
            Defesa Nacional em dispor de várias divisões, os quadros dispersavam-se e não se
            conseguia constituir uma grande unidade organicamente completa.  De facto,
                                                                         115
            desde Maio de 1952 que o Ministro do Exército observava a impossibilidade de
            dispor de duas divisões em 1954, visto o programa MDAP  de rearmamento
                                                                 116
            fornecer apenas material para uma divisão. Assim, era inviável pensar-se em
            uma divisão em 1953 e em duas divisões mais um corpo de exército em 1954.
            Mais dizia, ao salientar a inviabilidade de ter disponível uma divisão em 1953. 117


            110  ANTT – AOS/GR-10, Pasta 16, documento citado emanado do Ministério da Guerra, Gabinete
            do Ministro, sem data, mas apenso a documentos datados de 1953, f. 565.
            111  Idem, f. 566.
               Idem, ibidem, f. 567.
            112
               Idem, ibidem, f. 568.
            113
            114  Sobre este assunto, TELO, António – Portugal e a NATO, o reencontro da tradição atlântica.
            Lisboa: Edições Cosmos, 1996, pp. 208-211.
            115  MACEDO, 1988, 1º Vol., pp. 39-41.
            116  Mutual Defense Allied Program (MDAP). Era o programa de fornecimento de material militar e
            de guerra norte-americano e aliado, combinando-se com o MAAG. O primeiro fornecia o material,
            o segundo, os técnicos e a expertise que o permitia operar e potenciar. O objetivo do MDAP era
            aumentar o potencial (militar) de guerra da aliança. Ao abrigo desse programa e segundo Lord
            Ismay, foram fornecidos pelos EUA milhões de armas ligeiras, 20.000 bocas-de-fogo e milhares
            de Carros de Combate aos aliados. LORD ISMAY – OTAN, 1949-1954, Les Cinq Premieres Annees.
            Utrecht, (s/d), pp. 140-145.
            117  ANTT – AOS/CO/PC: 78M, Pasta 1, Nº 1, Documento intitulado O Ministério do Exército e a
            Contribuição Portuguesa para o SHAPE, ff. 75-76, pp. 1-2. Datado de 13 de maio de 1952.

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