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1. O recrutamento e a mobilização na Reconquista Portuguesa – 1128-1249
de defesa, voltado para Leão depois do afastamento da rainha Teresa dos
destinos do Portucale, em 1128, e até ao final do século XII, temos indícios de
uma região já bem preparada e articulada para fazer face ao inimigo leonês .
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Na fronteira com o Islão, a organização municipal foi-se refinando,
notando-se a passagem de uma preocupação eminentemente defensiva para
uma outra, mais ofensiva, a partir do foral de Évora de 1166, a julgar pelo
aumento de efetivo dos cavaleiros que iam em fossado face aos que deviam
permanecer a defender as vilas. Até à outorga daquela carta, somente um terço
dos cavaleiros-vilãos estava autorizado a participar em expedições ofensivas,
mas uma boa parte dos municípios que receberam foral posterior já podiam
mobilizar dois terços dos cavaleiros. Esta é umas das razões pelas quais James
Powers afirmou estarmos perante uma segunda geração de forais de fronteira .
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Representação de cavaleiro e duas cabeças degoladas. Claustro da sé de Évora,
meados do século XIV 49
47 Veja-se, a propósito da organização militar do Entre-Douro-e-Minho, os capítulos “Defender a
terra” e “A guerra levada aos outros” do estudo de Iria Gonçalves sobre as Inquirições de D. Afonso
III (GONÇALVES, 2011, pp. 31-47).
48 POWERS, 1998, p. 43.
49 Foto do autor.
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